Lula na telona é 'parte da nossa história', diz Glória Pires

"As últimas notícias sobre a Glorinha são todas relacionadas ao filme sobre a vida de Lula em que interpreta a donda Lindu, mão do protagonista. Confiram a entrevista que Gloria Pires deu a VEJA."

Por: Maria Carolina Maia

Na pele da matriarca Dona Lindu, com o pequeno Lula (de amarelo), ao lado (Foto: Otávio de Souza/Divulgação)

Um filme sobre questões político-sociais, e não político-partidárias. É assim que a atriz Glória Pires define Lula, o Filho do Brasil, longa em que vive a mãe do atual presidente da República, Dona Lindu. Com estreia marcada para 1º de janeiro, o filme já provoca discussão. Por um lado, porque se trata de uma produção sobre o presidente em exercício, a ser lançada em ano eleitoral. Por outro, porque seus cabeças, o produtor Luiz Carlos Barreto e o diretor Fábio Barreto, seu filho, já sonham com recordes de bilheteria e indicação ao Oscar. Glória Pires prefere não criar expectativas. Diz somente que o filme dos Barreto é importante, por tratar de um pedaço da história do país.
Aos 46 anos e 40 de carreira, comemorados em 2009, a atriz afirma nesta entrevista que pretende investir mais em cinema. "Adoro cinema, e nós temos potencial, há muita gente talentosa fazendo filmes no Brasil." Neste ano, além de rodar Lula, o Filho do Brasil, Glória esteve em cartaz com Se Eu Fosse Você 2, a maior bilheteria da retomada do cinema nacional. Declara-se pronta para a terceira etapa da série, já anunciada pelo diretor Daniel Filho.

É fácil separar arte e política num projeto como este, que será lançado em ano de eleição? Como você, particularmente, faz isso?
O filme não é tendencioso. Fala de uma parte desconhecida - ao menos para mim era - da vida do Lula. Fala de questões político-sociais, mas não político-partidárias.

O ator Selton Mello diz que alguns filmes 'valem a pena'. Lula, o Filho do Brasil vale a pena?
Fora as questões técnicas, um dos prazeres dos cinéfilos, o filme é parte da nossa história. Há muitas, como essa, que ainda precisamos contar e ver. Além do trabalho do meu jovem "filho", Rui [o ator Rui Ricardo, que vive Lula no filme], que é muito forte! Lula está "bem na foto"...

O que mais atraiu você para o filme?
O que mais me atraiu no filme foi pensar que aquela historia é a de tantos brasileiros e que, por acaso, vem a ser a do nosso atual presidente. Ele está aí, com erros e acertos, num momento em que o Brasil está se emancipando, finalmente. É muito emblemático.

Se o longa virar série de TV, você aceitará fazer novamente a mãe de Lula?
Eu havia entendido que o filme receberia complementação de material, mas o seriado seria basicamente o filme já feito... Não estou a par...

Mas a TV continua nos seus planos?
A TV sempre estará em meus planos! Farei a próxima novela do Gilberto Braga. Estou animada... [o folhetim, ainda sem nome, deve estrear na Globo entre o final de 2010 e o início de 2011, depois das tramas de Manoel Carlos e Silvio de Abreu].

Nesses 40 anos de carreira, de que histórias e personagens você lembra com mais carinho?
Lembro de todo o tempo em que pude trabalhar com meu pai, Antonio Carlos Pires. Foi uma aula sobre o ofício do ator e, além disso, de humanidade, humildade, aceitação e paciência.

Em entrevista recente, José Bonifácio de Oliveira, o Boni, declarou que a qualidade da TV brasileira piorou. Você é da mesma opinião?
Acho que hoje não há mais espaço para tentativas. Isso é péssimo. Quando não se pode mais experimentar, o natural é que aconteça uma pasteurização do material. Além disso, para garantir uma maior qualidade da programação, acho que deveria haver maior responsabilidade com o que se mostra na TV.

Com mais de 6 milhões de espectadores, Se Eu Fosse Você 2 se tornou o filme mais visto da chamada retomada do cinema nacional. Você esperava por isso?
Evito criar expectativas desse tipo. Mas o sucesso se deve às características do filme: uma história engraçada, que também faz pensar, um projeto bem filmado, com produção impecável, e uma direção magistral de Daniel Filho.

Como é contracenar com Tony Ramos passando-se por ele?
Foi um jogo delicioso, um grande laboratório de observação, que deu muito prazer! O Tony é muito disponível, facilita tudo. Nós conversávamos sobre os nossos personagens e fazíamos os gestuais um do outro, indiscriminadamente. O Daniel propõe isso o tempo todo, é uma delicia!

O diretor Daniel Filho já falou em rodar um terceiro filme da série. Você voltaria a encarnar a Helena? Ou melhor, a Helena e o Cláudio?
Por que não? Confio no Daniel e sei que ele só faria um novo filme se houvesse fôlego para mais.


Para ver o link original da entrevista, clique AQUI


Fonte de pesquisa:

Veja (20 de outubro de 2009)

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