Gloria Pires festeja sucesso de Júlia Assunção
Vale a pena ler de novo
Com 38 anos de carreira, Glória Pires avalia a profissão de atriz e festeja a multifacetada Júlia de “Belíssima”
Dia desses, Glória Pires foi surpreendida por uma pergunta da filha, a também atriz Cléo Pires, de 23 anos: “Mãe, se você pudesse voltar no tempo, escolheria ser atriz?”. Com 42 anos de idade e impressionantes 38 anos de carreira, Glória se sentiu desconcertada diante da questão. “Não sei responder, porque não sei o que é não ser atriz. Foi a carreira que abracei, e só sabemos os ossos de uma profissão quando estamos nela”, pondera a intérprete da Júlia Assumpção, de “Belíssima”. É compreensível a dificuldade de Glória de se imaginar como “não atriz”. Afinal, desde os cinco anos circula entre câmaras e “sets” de gravação. Ora acompanhando o pai, o falecido ator Antônio Carlos, ora em cena, como na abertura de “A Pequena Órfã”, seu primeiro trabalho na extinta TV Excelsior, em 1968. De lá para cá, ela já atuou em dezenas de novelas, minisséries e filmes. Na contramão de muitos colegas que consideram o teatro a verdadeira “casa” de um ator, jamais fez sequer uma peça teatral. Apesar dessa “lacuna” no currículo, não deixa de ser considerada por público e crítica uma das maiores atrizes brasileiras, com uma extensa lista de papéis marcantes. “A Maria de Fátima, Maria Moura e Ruth e Raquel tinham uma força incrível”, destaca, referindo-se às protagonistas de “Vale Tudo”, “Memorial de Maria Moura” e “Mulheres de Areia”.
Carente
Agora, Glória interpreta a carente Júlia, que a própria define como uma “heroína inusitada”. A empresária paulistana teve vários desdobramentos desde o início da trama. Nos primeiros capítulos, a imagem era de uma mulher reprimida e isenta de vaidade. Depois, ela conhece aquele que seria seu “príncipe encantado”, André, vivido por Marcello Antony, trava uma batalha com a família, e passa a “se cuidar”. Em seguida, a morte da avó, Bia Falcão, interpretada por Fernanda Montenegro, apaga um trauma de infância, de que ela seria responsável pela trágica morte dos pais. E, mais recentemente, ela viu seu amado transformar-se em “sapo” ao flagrá-lo com a própria filha, Érica, de Letícia Birkheuer, e perder todo seu patrimônio para o golpista. “São várias faces numa só pessoa. Ela é uma personagem muito significante”, pontua.Mas não é apenas um bom papel que sustenta o que Glória considera um trabalho de sucesso. Autor, diretor e elenco devem estar muito bem entrosados, de forma a seduzir o telespectador. Isso, ela diz ter conseguido já nos primeiros capítulos de “Belíssima”. “Poucas vezes vi uma repercussão tão rápida. De cara, percebi o ‘frisson’ do público em entender a trama do Silvio”, ressalta, antes de confessar. “Os personagens percorrem caminhos tão tortuosos que às vezes peço que Deus me ajude a chegar na próxima semana”, diz, aos risos.Talvez por conta dos anos de experiência, o que não falta à atriz é bom senso em relação à carreira. Ela identifica com conhecimento de causa os dois tipos de jovens atores que escolhem a profissão. “Tem gente séria, que sabe o que quer. Mas há os que só querem fama e dinheiro”, opina a atriz. Além da boa fase na televisão, comemora a primeira e bem-sucedida parceria com Tony Ramos em novelas e também no cinema, com o filme “Se Eu Fosse Você”, de Daniel Filho, assistido por cerca de três milhões de espectadores. “Parece que trabalhamos juntos há anos. Tivemos muita empatia”, avalia.
Fontes de pesquisa:
Gloria Pires (acervo)
Gloria Pires (comunidade/orkut)
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