Escolha por Gloria Pires para ser a 5ª Dona Lola de 'Éramos Seis' é perfeita.

Fonte: Reprodução "Tele Padi"
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Gloria Pires será Dona Lola, personagem icônica que foi de Gessy Fonseca, em 1958,  Cleyde Yáconis em 1967 (Tupi), Nicette Bruno em 1977 (Tupi) e Irene Ravache em 1994 (SBT) em “Éramos Seis”.
A Globo comprou os direitos do roteiro desenvolvido por Silvio de Abreu, atual chefe do núcleo de teledramaturgia da Globo, e Rubens Ewald Filho sobre o romance original de Maria José Dupret, usado nos dois últimos remakes.
Agora, começa a ganhar forma a produção desta quinta versão da história de Dupret, publicada em livro em 1943. Era grande a expectativa sobre a escolha pela nova Dona Lola, e já que a personagem pede uma atriz de grande relevância, era necessário reservar desde já um nome, evitando sua escalação para séries e novelas no próximo ano.
A escolha por Glória é bastante acertada porque a atriz, que tem 55 anos, aparenta bem menos, e pode perfeitamente se fazer passar por alguém com 20 anos a menos ou 20 anos a mais, como já demonstrou, só por obra de maquiagem. A história cobre a vida de dona Lola desde que os filhos eram pequenos, até sua velhice, sozinha, em uma casa de repouso – e daí o termo “éramos seis”, para quem ficou só.
A nova versão de “Éramos Seis” está prevista para 2020. Elizabeth Savalla está cotada para o papel de Dona Genu, a vizinha fofoqueira de Lola, e Cleo Pires poderá ficar com o papel de Isabel, filha de Lola. A adaptação está nas mãos de Angela Chaves, que escreveu “Os Dias Eram Assim”, e de seu diretor, Carlos Araújo.
Título que inaugurou a melhor fase de teledramaturgia do SBT, sob o comando de Nilton Travesso, “Éramos Seis” foi a mais bela produção do gênero já realizada pelo SBT, reunindo nomes como Othon Bastos, Osmar Prado, Denise Fraga, Tarcísio Filho, Jandir Ferrari, Bete Coelho, Yara Lins, Marcos Caruso, João Vitti, Umberto Magnani, Elizangela, Nathalia Timberg .
Retrato da versão do SBT, com Irene Ravache e Othon Bastos, e os filhos: Tarcísio Filho, Luciana Braga, Jandir Ferrari e Leonardo Brício / Divulgação
A produção foi também a maior audiência que o SBT já alcançou em novelas, chegando a superar a casa dos 20 pontos em seus últimos capítulos.
Foi naquela versão de “Éramos Seis” que Ana Paula Arósio estreou como atriz, ainda em breve participação especial, o que levou a emissora a bancar um curso de interpretação para a então modelo, a fim de tê-la em cena por uma produção inteira – o que viria a acontecer dali a dois anos, em “Razão de Viver”.
Outro lançamento de “Éramos Seis” atendia por Caio Blat, ainda menino, como um dos filhos de Lola na primeira fase da história, que tinha também Wagner Santisteban (hoje, genro de Glória Pires, aliás, presente no elenco de “O Tempo Não Para”).
Ainda crianças, Wagner Santisteban (à esq.) e Caio Blat (em pé)
“Éramos Seis” conta a história de Dona Lola e sua família, uma bondosa e batalhadora mulher que faz de tudo pela felicidade de sua família. É esposa de Júlio, um vendedor, com quem tem quatro filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Isabel. A obra cobre cerca de duas décadas, iniciando nos anos 1920, no período final da República Velha, até os anos 1940, no contexto da 2ª Guerra e dos anos finais do Estado Novo.
Esse pano de fundo histórico não é mero enfeite no enredo – ao contrário, tem até um certo protagonismo e inclui outros conflitos vividos pelos personagens na São Paulo da época. Na produção do SBT, um trilho de bonde e os lendários casarões da Avenida Angélica daquele começo de século foram reproduzidos em cidade cenográfica na atual sede da rede de Silvio Santos, na rodovia Anhanguera.
As grandes transformações sociais do período, com foco no comportamento e nos costumes, também têm grande relevância na narrativa.
A vida de Dona Lola é narrada desde a infância das crianças, quando Júlio trabalha para pagar as prestações da casa onde moram, justamente na Avenida Angélica, na vizinhança do Parque Buenos Aires, e segue até a velhice da protagonista.
Lola ficará viúva. (Perdão pelo spoiler, mas, veja, esta é a quinta vez que a história será contada, ou sétima, considerando o livro e um filme já feito sobre o enredo). Comunista, Alfredo, um dos filhos, sumirá pelo mundo. Isabel se casa com Felício, um homem desquitado, e Julinho ascende à alta sociedade, ao se casar com moça de família abastada do Rio. Mas triste mesmo será a perda do primogênito, Carlos, vítima de  doença.

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