Gloria Pires: "Não imaginava completar 50 anos de carreira"

Por: BEATRIZ BOURROUL 

Atriz já está envolvida com novo trabalho na televisão e será Dona Lola, protagonista de 'Éramos Seis', novela que substituirá 'Órfãos da Terra'. 


Gloria Pires completa 56 anos nesta sexta-feira (23) e já está envolvida com seu próximo trabalho na TV, a nova versão de Éramos Seis, em que interpreta Dona Lola, a protagonista da história, que contará com Antonio Calloni, Nicolas Prattes, Danilo Mesquita, Giullia Buscacio e André Luiz Frambach nos papéis centrais da família Lemos. 

Com 50 anos de carreira, a veterana não esconde a satisfação com o atual da novela e celebra a chance de atuar com Antonio Calloni pela primeira vez. "Ele é um dos meus ídolos", diz ela, contando que não acompanhou as versões anteriores da novela, produzidas pelo SBT e pela extinta TV Tupi. Na nova novela, ambientada entrer 1920 e 1940, Gloria viverá Lola em todas as fases. 

Embora no início do ano tenha sido noticiado que Gloria pensa em aposentadoria, a atriz afirma que a vontade não é de parar, mas de desacelerar. "Tem quem fale que artista não tem prazo de validade, que é uma profissão que não tem fim, mas eu tenho pensado nisso. Não em parar definitivamente, mas em curtir um pouco mais a vida, ver a natureza. Quando estou em contato com a natureza sinto que renovo minhas energias. É um contato importante para mim", atriz a atriz, mãe Cleo, 36, Antonia, 26, Ana, 19, e Bento, 14. 

Ao falar sobre o avanço na tecnologia no processo de gravação, Gloria afirma que exige cuidados. "O HD é a coisa mais odiosa que já inventaram! Não dá para entender o gênio que inventou isso. Quem inventou o HD não foi para focar na cara da gente, né? Foi para mostrar o sexo dos bichos, as amebas, pra gravar o tigre que está a 30 quilômetros e focar no olho dele...", afirma, entre risos. 

QUEM: Como estão os preparativos para Éramos Seis? 
GLORIA PIRES: É a primeira vez que contraceno com o [Antonio] Calloni e estou amando. Ele é um dos meus ídolos. A história de Éramos Seis é linda, já teve mais do que um remake e vai ser bem legal. O fato de ter sido antecipado pegou a todos de surpresa, mas está valendo. É uma linda história.  
Você acompanhou alguma das versões? 
Não assisti. Parece que a Irene [Ravache] e a Nicette [Bruno] também vão fazer participações especiais nesta versão da novela, mas ainda não sei se isso já foi acertado. 


Recentemente, você falou que pensa em diminuir o ritmo de trabalho. Pensa nisso mesmo? 
Penso, sim. Eu quero. Comecei a trabalhar muito cedo e meu trabalho envolve muita paixão. Então, penso em diminuir o ritmo. 

Diminuir o ritmo não é se aposentar, então? 
Não. Não é aposentar. É aproveitar um pouco mais a vida. Viajar mais, conhecer o mundo. Já conheci muitos lugares trabalhando, mas viajar a trabalho não é a mesma coisa. 

Como você se imagina velhinha? 
Eu me vejo uma velhinha vivendo na natureza. Tenho pensado muito sobre essa questão de como sair de cena. Completo 50 anos de estrada e não é pouca coisa. Tem quem fale que artista não tem prazo de validade, que é uma profissão que não tem fim, mas eu tenho pensado nisso. Não em parar definitivamente, mas em curtir um pouco mais a vida, ver a natureza. Quando estou em contato com a natureza sinto que renovo minhas energias. É um contato importante para mim. 


E os cuidados com a beleza? 
Na pele, uso hidratante, passo creme no contorno dos olhos... Não tem jeito. Eu não tenho expectativas de permanecer com 12 anos de idade para sempre. Sempre me senti mais velha do que a minha idade, talvez pelo fato de ter começado a trabalhar muito cedo, a ter responsabilidades... A vida muda um pouco de figura. Não dou importância ao aspecto da juventude. Acho que a juventude está dentro da gente, na nossa cabeça, nas nossas práticas, nas nossas escolhas, na maneira que a gente escolhe viver. Acho que uma boa alimentação é a base de tudo. Além disso, busco ser feliz. Não adianta viver escravo de algo que não vai alcançar. Não é porque sou atriz que sou perfeita, boneca. Não me encaixo nesse padrão. 

Seu cabelo é uma marca registrada e sempre é alvo de elogios. Qual o segredo? 
Gostaria de ter uma fórmula para poder passar, mas realmente é genética, uma herança boa da minha mãe. Uma das heranças que ela me deixou. O Orlando, meu marido, pai da Antonia, da Ana e do Bento, também tem um cabelo lindo, então meus filhos também têm. Agora, cabelo branco é uma coisa complicada. Eu tenho e é um cabelo que fica todo doido (risos). Então, costumo usar vinagre depois que eu lavo. Misturo vinagre com água e aplico junto com o shampoo. Fica 'superbrilhoso'. 


Por trabalhar na televisão, existe a pressão da estar sempre bem? 
O HD é a coisa mais odiosa que já inventaram! Não dá para entender o gênio que inventou isso. Quem inventou o HD não foi para focar na cara da gente, né? Foi para mostrar o sexo dos bichos, as amebas, pra gravar o tigre que está a 30 quilômetros e focar no olho dele... O HD foi inventado para isso, não para a pele da gente, mas, enfim, estamos nessa e salve-se quem puder! Por essas e outras, a aceitação precisa ser um fato e não um fardo na vida. 


Assim como você, Xuxa nasceu em 1963 e chegou a reclamar da cobrança para que esteja sempre impecável. Como vê isso? 
Concordo plenamente com a Xuxa, ela está certíssima. Sendo artista é muito importante que a gente se aceite e seja feliz. Não tem como você estar vivo e ficar sem ver o tempo passar. 

Muito tem se falado de empoderamento feminino. Acha que as mulheres estão mais unidas? Empoderamento é perceber que você não está sozinha. As boas mensagens que o artista pode passar para quem o acompanha são importantes. Felizmente, cada vez há mais movimentos de aceitação, aceitação com o que a gente é. 

Você completa 50 anos de carreira. Que balanço faz dessa marca? 
Cheguei a um lugar que nunca imaginei. Eu não imaginava completar 50 anos de carreira. Todas as pessoas que conheci e todos os amigos que fiz no meio artístico... Tive tantas oportunidades, tive tanta sorte na minha trajetória, sempre fui chamada para trabalhos significativos. O balanço é de felicidade. Est­­­ou muito feliz.


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