'Água Viva' ganha campanha por reprise
Telespectadores saudosistas têm se mobilizado nos últimos dias em fóruns dedicados a novelas nas redes sociais para que Água Viva seja reprisada pelo Viva. Até o próximo dia 4, o canal promove uma enquete em seu site para escolher a trama que substituirá Rainha da Sucata, que vai ao ar à meia-noite.
Água Viva (1980), O Dono do Mundo (1991), Fera Ferida (1993) e A Indomada (1997) estão no páreo – duro, como se pode ver. São quatro das melhores novelas já produzidas pela Globo, mas Água Viva tem lá suas armas especiais. É, para começo de conversa, fruto de uma parceria entre Gilberto Braga e Manoel Carlos, que escreveram a primeira trama solar a explorar a cidade do Rio de Janeiro como cenário charmoso, embalada por Menino do Rio na voz de Baby Consuelo.
Os dois autores juntaram seus potenciais de cronistas, montando um retrato dos costumes da década de 80 que ali começava. Teve, por exemplo, cena de topless de Tônia Carrero, com a marcante Stella Simpson seguindo a moda que tomava conta das praias da cidade – foi um escândalo dentro e fora da ficção. Num outro momento histórico, Alfredo, interpretado por Fernando Eiras, faz um cigarro de maconha.
Fora as polêmicas, a novela contava histórias envolventes, com protagonistas fortes e coadjuvantes que fizeram bastante sucesso. A trama principal tinha os irmãos Miguel Fragonard (Raul Cortez), cirurgião plástico elegante, e Nélson (Reginaldo Faria), playboy que vive de renda. Os dois disputam a charmosa Lígia (Betty Faria), personagem controversa que representava a mulher moderna – separada do marido e dona do próprio nariz. Foi a estreia de Raul Cortez na Globo.
Foi também a primeira grande vilã de Beatriz Segall, que depois seria a Odete Roitman de Vale Tudo (1988), mais uma vez com Gilberto Braga. Claro que depois de Odete, a Lourdes Mesquita ficou um tanto esquecida, mas ela teve seu reinado como megera mor da TV.
Fonte:
Comentários