Gloria Pires comemora 52 anos de carreira em entrevista exclusiva ao Caderno B+

Na primeira Capa do Correio B+ do ano, a atriz Glória Pires comemora 52 anos de carreira em entrevista exclusiva ao Caderno. "Estou muito animada. Acho que será um ano de executar ideias que já saíram do papel". 

Gloria Pires é um ícone da televisão e do cinema. Uma das atrizes mais repsitadas do país está comemorando 52 anos com vários prêmios ao longo de sua trajetória, entre eles um Kikito no Festival de Gramado. Atualmente, está no ar em “Terra e Paixão”, novela das 21h, na Globo, como a ambiciosa Irene. Pela primeira vez, Glória estará à frente da direção do documentário “Balé Folclórico da Bahia” e do filme “Sexy”. 

 A atriz estreou em novelas ainda pequena, como: “Selva de Pedra” e no humorístico “Chico City”. Em 1978, participou do grande sucesso “Dancin´n Days”, trabalho que a elevou a protagonistas em grandes produções como “Cabocla”, “Direito de Amar”, as minisséries “Memorial de Maria Moura” e “O tempo e o Vento”, além da emblemática vilã Maria de Fátima, em “Vale Tudo” e as gêmeas Ruth e Raquel em Mulheres de Areia". 

 São inúmeros trabalhos inesquecíveis de Glória, sendo impossível não se tornar fã. Ela atuou ao lado de grandes nomes da televisão, cinema e teatro ao longo de sua carreira, entre eles o amigo e colega Tony Ramos. 

 "É uma longa estrada de trabalho, de dedicação, amor ao ofício, entrega e gratidão pelas conquistas que somam amizades, aprendizado, reconhecimento, carinho do público. Nada veio de graça, mas sou muito consciente das oportunidades que tive. Acho que o balanço da minha trajetória é uma mistura disso tudo, mas com um sentimento muito positivo", explica. 

 No cinema, entre tantos sucessos – ao todo são 21 filmes - destacado: “Pequeno Dicionário Amoroso”, e “Se eu Fosse Você”, com Tony Ramos. Suspeita”, “Desapega” e “Vovó Ninja”. 

 Nos trabalhos mais recentes, “Desapega” e “A Suspeita” Glória também assinou roteiro e produção. "Vou estar em dobradinha em um desses trabalho, na direção e atuando", diz a atriz. 

 A primeira Capa dupla e especial do Correio B+ desta semana, a primeira do ano, comemora com a atriz Glória Pires seus 52 anos de carreira em uma entrevista exclusiva onde ela fala sobre novos projetos para 2024, redes sociais, Terra e Paixão e tantos outros trabalhos de sucesso que permieam a sua trajetória. 





CE - Gloria, quando você olha para trás e vê sua trajetória e 52 anos de carreira qual é o seu sentimento? 
 
GP - Nossa, é difícil responder essa pergunta porque é uma longa estrada de trabalho, de dedicação, amor ao ofício, entrega e gratidão pelas conquistas que somam amizades, aprendizado, reconhecimento, carinho do público. Nada veio de graça, mas sou muito consciente das oportunidades que tive. Acho que o balanço da minha trajetória é uma mistura disso tudo, mas com um sentimento muito positivo. 

CE - Você começou a fazer novelas ainda criança, como foi esse início? Foi incentivada? 

GP - Sim, bastante incentivado pelos meus pais que, no entanto, nunca deixaram de pontuar a importância de segurar as boas oportunidades! 

 CE - Glória como foi participar de “Dancin’n Days” em 1978, porque foi um enorme sucesso... 

GP - Foi um trabalho emblemático mesmo. Mas o curioso é que a gente só tem a dimensão de determinadas coisas que a gente faz, depois que o tempo passa. Essa novela foi vanguardista, tanto em termos comportamentais das personagens quanto em relação à moda. A novela criou tendências. Quem não se lembra das famosas meias de lurex? Mas na época, não tínhamos essa consciência mas sinto orgulho de ter feito parte daquela história. Além da benção que foi ter convivido e aprendido tanto com grandes nomes da interpretação. 


 CE - Direito de Amar também marcou a teledramaturgia, você foi par romântico de Lauro Corona e a novela ganha reprise no VIVA. Como é pra você se rever 36 anos depois? 

GP - É muito nostálgico, mas eu quase não consigo acompanhar por conta das gravações de Terra e Paixão. Mas as redes sociais têm uma coisa de boa, acabam cristalizando cenas, bordões... alguns até viram memes! É curioso ver outro público acompanhando algo feito há quase quatro décadas, ver o que eles pensam e como analisam a realidade daquela época. E me faz relembrar de momentos de bastidores, da convivência com atores que tanto me ensinaram e que não estão mais aqui. 

 CE - Como não falar de Maria de Fátima, uma vilã que jamais será esquecida em Vale Tudo. Como foi construir essa personagem tão forte? 

GP - A base foi o próprio texto da história, escrita com maestria por Gilberto Braga, Aguinaldo Silve e Leonor de Bassère, continha tudo ali. Considero a melhor novela de todos os tempos, com um elenco grandioso, com direção impecável, figurino, caracterização, produção de arte, cenografia tudo, tudo! 

 CE - Eu sou uma grande fã de O Tempo e o Vento, fale um pouco pra gente também? 

GP - Obrigada! Fazer uma obra de época tem um gosto especial. E vai do figurino à forma como a gente se porta e fala em cena. Foi intenso, um trabalho com muita cenas externas, muita ação! E eu tive a grata surpresa de ter a Cleo atuando nesse trabalho também - e eu morri de orgulho! Uma obra clássica, com uma equipe muito afinada, não poderia ter outro resultado senão o carinho do público na época. Foi um trabalho bem desafiador. 


 CE - Ruth e Raquel, emblemáticas e reprisadas tantas vezes, você prefere a Ruth ou a Raquel? (rs). 

GP - Não tem como escolher uma ou outra. Eu tenho o mesmo carinho por ambas, justamente pelas duas existirem ao mesmo tempo. Elas só aconteceram porque são essa dupla, cada qual com a particularidade. Elas foram um grande desafio na minha trajetória. E quando eu vejo o resultado, fico feliz com esse trabalho. Elas ocupam um lugar especial na minha carreira. Mas não tenho uma irmã preferida não. 

 CE - Glória seriam semanas falando de tantos trabalhos e personagens incríveis que você fez, inesquecíveis, mas e você tem os seus “preferidos”? 
GP - Há trabalhos que são mais marcantes do que outros. E os motivos que levam a isso são muitos- alguns nos marcam pelo processo, outros pelos encontros, outros pelo aprendizado o fato é que a gente leva pra vida! 

 CE - Você fez mais de 20 filmes, entre os sucessos “Se Eu Fosse Você”. Como foi trocar de “lugar” com o Tony Ramos? (rs) 
GP - Estar com o Tony, sendo ele ou sendo eu mesma (risos) é sempre muito especial. Ele é um colega generoso e muito profissional. Mas é também um amigo que a profissão me deu! Tony é uma daquelas pessoas de convivência fácil, riso solto e que a gente adora ter por perto. Em cena temos muita sintonia e parceria. Quando sei que estaremos juntos, é sempre um motivo a mais para encher meu coração de alegria. 

 CE - Como era fazer TV antigamente e agora? 
GP - Nossa, muita coisa mudou! A realização é muito diferente, com uma tecnologia que não para de evoluir. 

 CE - Você também assinou roteiro e produção em “Desapega” e “A Suspeita”? Como foi? 

GP - Estar em um novo lugar muito me motiva e me alimenta como artista. Experimentar e aprender coisas novas. Sou uma artista inquieta, descansar é ótimo e necessário, reabastecer as energias, estar em família... Mas manter nossa mente e nossa alma em atividade faz a gente se manter vivo também. Experimentar algo novo, quando é possível, não deve nos afugentar. 

 CE - Após Terra e Paixão você vai dar uma pausa Glória? 

GP - Uma breve descansada porque 2024 está cheio de trabalhos que já saíram do papel. Eu adoro fazer novela, mas é um período de entrega completa. Então os demais projetos entram em um mode de pausa. Vou dar o play em vários deles agora neste ano. 


 CE - Como você recebe o carinho dos fãs Glória? 

GP - Com carinho, respeito e muita gratidão! Ter o meu trabalho reconhecido e receber, por tantos anos, essa resposta tão generosa de quem me acompanha é algo especial, que precisa ser cultivado com o que eu tenho de melhor em mim. 

 CE - Redes Sociais, como você “convive” com ela? 

GP - É uma relação em construção, risos. Confesso que não é intuitivo e natural olhar para algo e fazer daquilo um conteúdo. Mas aprendi que não precisa ser sofrido. Pode ser divertido e ter a minha cara. Agora em Terra e Paixão tive uma experiência muito interessante, de troca com meus colegas também na rede social, de mostrarmos um pouco dos bastidores e da nossa convivência, de forma leve e espontânea, sem "ter que fazer" algo que não tivesse nada a ver comigo. Eu acho que a nossa forma de expressão na rede social não é algo estático, ela acompanha as nossas transformações pessoais. 

 CE - Seu marido e filhos também escolheram o caminho artístico, você e o Orlando dão conselhos? 

GP - Acho fundamental aconselhar e apoiar. Nunca substituir o contato pessoal. 

 CE - Como será o seu ano novo? 

GP - Estou muito animada para esse novo. Renovar as esperanças. Acho que será um ano de executar ideias que já saíram do papel. 

 CE - Poderia adiantar algo sobre 2024? 

GP - Sim, vou estar em dobradinha em um desses trabalho, na direção e atuando.

Fonte:
Correio do Estado
Por Flávia Viana
Fotos Sergio Baia

Comentários

Clélia disse…
Quero agradecer pela matéria, sou apaixonada pela Glorinha, ela é linda e nos motiva com tanta alegria, energia.

Um abraço!
Clélia