Dama da tevê

Gloria Pires comemora 40 anos de carreira
Chega às livrarias, a biografia profissional da atriz. Foram 21 novelas, 13 filmes e 2 minisséries de sucesso. O tempo não apaga a lembrança de Maria Fátima, em Vale Tudo, Ruth e Raquel, de Mulheres de Areia ou da poderosa Maria Moura

Luiz Fernando Vieira
Da Redação

Comemorar 4 décadas de carreira ainda no auge da fama não é para qualquer artista. Por isso, o lançamento da edição 40 Anos de Gloria (Geração Editorial) é motivo de festa não só para os fãs da atriz Gloria Pires, mas para quem acompanha a história da televisão brasileira. Afinal, esse veículo de comunicação, que acaba de completar 60 anos no país - os primeiros equipamentos chegaram no dia 25 de março de 1950, no Porto de Santos -, teve a imagem da artista presente na maior parte de sua trajetória.
Gloria Pires ocupa hoje uma posição de destaque em sua área. É uma das atrizes brasileiras mais bem sucedidas de todos os tempos. Seu currículo é de dar inveja a qualquer profissional. Foram 21 novelas, 13 filmes, 2 minisséries e diversos programas especiais, sem que se possa dizer que algum deles não tenha feito sucesso. Está à frente de todas as grandes estrelas da tevê nacional. O tempo não apaga da lembrança dos fãs a maquiavélica Maria Fátima, na telenovela Vale Tudo, ou as inesquecíveis irmãs gêmeas Ruth e Raquel, de Mulheres de Areia, para citar poucas.
São apenas alguns dos momentos que a obra enfoca. O livro, de 346 páginas, escrito por Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti, traz mais de 100 fotografias coloridas e em preto-e-branco e, embora trate da vida de Gloria, não é propriamente uma biografia, mas a história de sua carreira na televisão e no cinema. A própria atriz não via com bons olhos uma biografia. "Eu não concordava com uma biografia por considerar ainda cedo para isso, poderia ficar uma coisa pretensiosa. Então Eduardo sugeriu que fosse um livro comemorativo, revendo os meus trabalhos", lembra.
Eduardo e Fábio rememoram a trajetória de Gloria desde a sua estreia, em 1969, aos quatro anos de idade, até os dias atuais, quando está vivendo em Paris com a família, em paz e longe dos holofotes. Pelo menos provisoriamente, pois em julho ela estará de volta ao Brasil, para participar da nova novela de Gilberto Braga. Na obra há detalhes da vida de atriz, de mãe, de esposa, da celebridade, inclusive da cantora (sim, Gloria canta) com relatos em primeira pessoa de Gloria Pires sobre todos os grandes acontecimentos da sua carreira e do dia-a-dia de uma mãe de quatro filhos. Os depoimentos são em ordem cronológica.
Entre os 25 capítulos, há histórias sobre a gravidez de risco da mãe da atriz, o início precoce da carreira, o trabalho com o pai, o talentoso ator Antonio Carlos Pires, as primeiras participações em programas humorísticos, uma reprovação traumatizante, os primeiros papéis de repercussão, como Marisa, em Dancin" Days e Zuca em Cabocla, a convivência com os amigos mais velhos, os nascimentos dos seus quatro filhos e a interrupção de duas gestações precocemente.
O livro contém ainda curiosidades, como os dois convites feitos pela revista Playboy, para posar nua, as cirurgias dentárias reparadoras, a tatuagem no pé, além dos frequentes problemas de saúde ao longo da sua premiada carreira. Nas páginas também há relatos sobre a convivência com atores como Lauro Corona, seu grande amigo, e Daniel Filho, que a reprovou em um teste quando ainda era garota.
Os autores abordam o rigoroso profissionalismo da atriz e sua obsessão com a disciplina nas preparações para viver seus personagens. Por exemplo, para viver a heroína Maria Moura, na minissérie Memorial de Maria Moura, em 1994, Gloria fez aulas de equitação, tiro e até curso básico de sobrevivência na selva. "Maria Moura trouxe uma mulher poderosa dentro de mim", conta. Para interpretar com maior riqueza de detalhes a heroína, durante um treinamento de tiro, a atriz quase se machucou quando atirou com uma espingarda calibre 12.
Cinema - Falar somente do trabalho televisivo de Gloria seria omitir importantes momentos do cinema nacional. Ela esteve presente em alguns dos filmes de maior público e de reconhecimento internacional desde a retomada no cinema nacional, como nos papéis de Helena e Claudio, em Se Eu Fosse Você 1 e 2, além de fazer parte do elenco de O Quatrilho, que levou um longa-metragem brasileiro a concorrer ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1995, depois de um jejum de 33 anos. Além de estrelar a mãe do presidente Lula, Dona Lindu, em Lula, O Filho do Brasil, no ano passado, participou de outras 10 produções nacionais. Ela quase interpretou a pintora mexicana Frida Khalo, em uma produção estrangeira.
Polêmica - No livro, os autores não se aprofundam em fatos polêmicos da vida de Gloria. Como o episódio em que, supostamente, o marido teria se envolvido com a filha Cléo Pires. Segundo a atriz ele não cabia na obra. "Esse episódio não faz parte de nenhum trabalho meu e não foi gerado por algo verdadeiro, que tivesse acontecido em minha vida. Toda a imprensa já noticiou o que, como, quando e o desfecho. O fato, falso, gerou processos judiciais e ganhamos todos. O livro não é sobre minha vida pessoal, é sobre minha carreira", frisa. A vida dela ao lado de Fábio Jr. também não mereceu espaço, restringindo-se a uma pequena passagem. A justificativa, diz ela, é a mesma: "o livro não é sobre minha vida pessoal". (Com Assessoria)
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Fonte de pesquisa:
Gazeta Digital (Link original, aqui)

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