Gloria Pires: 'O amor faz coisas incríveis'
Por Regina Rito
Rio - Quem está com saudades de Gloria Pires — sua última novela foi ‘Paraíso Tropical’, em 2007 —, vai ter que esperar até janeiro, quando ela retorna à TV, como Norma em ‘Insensato Coração’, de Gilberto Braga e Ricardo Linhares. Em 2008, a atriz decidiu se dedicar à família e, com o marido, o músico Orlando Morais, e os filhos Antonia, 18 anos, Ana, 10, e Bento, 5, passou dois anos em Paris. Nesse período, só trabalhou no cinema (‘Se Eu Fosse Você 2’, de Daniel Filho; ‘É Proibido Fumar’, de Anna Muylaert e ‘Lula — Filho do Brasil’, de Fábio Barreto).
Recentemente, lançou ‘40 Anos de Glória’, biografia escrita por Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti, e tem percorrido o Brasil dando autógrafos. Em um dos capítulos, fala do boato de que teria tentado suicídio ao saber de um suposto caso do marido com a filha Cleo Pires, em 1998, o que a levou a processar vários veículos de comunicação. “Processamos e ganhamos”, conta. Na entrevista, Glorinha (como é chamada pelos amigos) fala do tempo que ficou fora, da relação com a família e de seu novo trabalho na Globo.
Em Paris, você apoiou a carreira internacional do Orlando. Foi proveitoso?
“O Orlando está finalizando seu segundo projeto do período europeu e pretende lançá-lo em breve. Para mim, foi uma experiência genial, abriu muito meus horizontes”.
Recebeu visitas na Cidade Luz?
“Acredita que sim? Regina Duarte, Daniel Filho e Olívia Byington, Gilberto Braga, Adriana Calcanhotto, Cissa Guimarães, Marcelo Brou, Alessandra Negrini, Flora Gil, Camila Pitanga, Preta Gil, Giovanni Bianco, Du Moscovis e Cynthia Howlett, Paula Barreto, familiares e amigos.
Do que sentiu mais falta?
“De nada, até porque vim ao Brasil três vezes no ano em que me mudei para lá”.
De que vai sentir falta de Paris?
“Da manteiga com cristais de sal, de ‘piquinicar’ no parque Monceau em dias de sol e do metrô”.
Você e Orlando estão casados há 21 anos. O que fazem para manter a chama acesa?
“Não há receita, gostamos de estar juntos!”.
É ciumenta? E Orlando?
“Não, nenhum de nós dois é ciumento”.
Os filhos aproveitaram?
“Eles estudaram nesses dois anos e nem poderia ser diferente, pois estão em idade escolar. A vida diária também fez com que nós usássemos muito o francês”.
Cleo te pediu opinião sobre posar nua para a ‘Playboy’?
“Não pediu, não!”.
O que sente ao ver a filha realizada na profissão?
“Acho que todos os pais ficam felizes vendo seus filhos realizados! Sabemos que nenhuma profissão é feita só de bons momentos e fico satisfeita quando vejo que ela está sabendo lidar com os ossos do ofício”.
Orlando fez doação de 800 terrenos para famílias carentes em Goiânia. Como está o projeto?
“Ele está à frente de todo o processo, que é extenuante, principalmente porque há preocupação de fazer algo bem feito. Temos ligação especial com o estado e os loteamentos levam os nomes de nossos pais (Orlando Morais e Antonio Carlos Pires)”.
Tem contrato com a Globo até quando?
“Ad eternum” (risos).
Como se sente na volta às novelas?
“Normalmente, dou um tempo entre as novelas, em geral de dois anos. Às vezes, acontece de dar uma ‘emendada’, mas é raro. Gilberto tem um papel importantíssimo na minha carreira. ‘Dancin’Days’ me colocou num lugar especial, quando tinha 14 anos. De lá pra cá, nos encontramos em outros trabalhos, sempre com muito prazer. Há dois anos e meio, assim que me mudei para Paris, Gilberto estava de férias na cidade, me procurou e me convidou para a novela. Me falou do que pretendia e confiei nele, como sempre”.
Como é a Norma?
“É uma mulher solitária, humilde, que será envolvida numa terrível trama que mudará radicalmente a sua vida”.
Ainda sente frio na barriga quando começa um trabalho?
“Sempre é um desafio, a sensação do novo não acaba”.
Acha possível alguém mudar o estilo de vida por amor?
“Acho que o amor faz coisas incríveis!”.
É vaidosa?
“Sou, sem excessos”.
Faz o que para manter a forma?
“Boa alimentação, exercícios e amor!”.
Tem outros projetos para cinema?
“Sim, dois, além de três convites”.
Por que não fez teatro?
“Não houve uma brecha para essa empreitada”.
Como concilia maternidade e trabalho?
“Ter tido um companheiro que compreendeu minha carreira foi fundamental. Orlando, desde o começo, foi um grande diferencial na minha vida. Acredito também que o fato de ter aprendido a conviver com minhas limitações e me perdoar de meus complexos de culpa com meus filhos, por passar tanto tempo longe deles, tornou isso tudo viável”.
Dá limites aos filhos?
“Dizer não é importante, mas é muito difícil, porque o argumento tem que ser verdadeiro, do contrário não se resiste às carinhas pidonas. Não somos nada deslumbrados com dinheiro e vivemos uma vida normal, ainda que dentro de um quadro completamente diferente das famílias consideradas normais”.
Quais foram as alegrias e frustrações da profissão?
“A maior alegria é poder levar, mesmo que por alguns momentos, a possibilidade dos espectadores ‘viajarem’ conosco numa novela, minissérie ou filme. A maior frustração é quando não há comunicação com quem estou trabalhando”.
O que falta realizar na profissão?
“O futuro...”.
O que marcou mais a sua infância?
“A liberdade de brincar na rua”.
Trabalhar desde menina atrapalhou?
“Acho que não”.
É verdade que, na adolescência, sofreu bullying na escola? Como se sentiu?
“Certamente foi a pior fase da minha vida! Acho que o bullying é resultado de problemas pessoais que a escola desconhece e que os pais não assumem. Talvez uma das saídas seja a união entre pais e escola, se possível com apoio psicológico para a família”.
Seus filhos passaram por situação semelhante?
“Graças a Deus, não”.
Que referências seus pais (Elza e Antonio Carlos) representaram para você?
“Eles eram muito unidos, uma coisa muito forte de amizade que nos dava segurança. Com todas as dificuldades financeiras que passamos, sempre houve muita estrutura emocional”.
Teve muitos namorados?
E o Nizo Neto (filho de Chico Anysio)? “Não tive muitos namorados, não. O Nizo foi meu primeiro, mas não tinha nem beijo, só um selinho, uma vez”.
Prefere paixão ou amor?
“Os dois são bons, mas a paixão está fadada ao fim rápido, ao passo que o amor tem mais fôlego...”.
Você e Orlando vivem uma eterna lua de mel?
“Não, vivemos a vida real e ela pode ser bela. Para nós, tem sido, mesmo com eventuais dificuldades”.
Tem medo da velhice?
“Não, acho que ganhei muitas coisas com a idade. Mesmo que me fosse possível, não voltaria nenhum dia sequer!”.
Fonte de pesquisa:
O Dia online (Link original, aqui)
Recentemente, lançou ‘40 Anos de Glória’, biografia escrita por Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti, e tem percorrido o Brasil dando autógrafos. Em um dos capítulos, fala do boato de que teria tentado suicídio ao saber de um suposto caso do marido com a filha Cleo Pires, em 1998, o que a levou a processar vários veículos de comunicação. “Processamos e ganhamos”, conta. Na entrevista, Glorinha (como é chamada pelos amigos) fala do tempo que ficou fora, da relação com a família e de seu novo trabalho na Globo.
Em Paris, você apoiou a carreira internacional do Orlando. Foi proveitoso?
“O Orlando está finalizando seu segundo projeto do período europeu e pretende lançá-lo em breve. Para mim, foi uma experiência genial, abriu muito meus horizontes”.
Recebeu visitas na Cidade Luz?
“Acredita que sim? Regina Duarte, Daniel Filho e Olívia Byington, Gilberto Braga, Adriana Calcanhotto, Cissa Guimarães, Marcelo Brou, Alessandra Negrini, Flora Gil, Camila Pitanga, Preta Gil, Giovanni Bianco, Du Moscovis e Cynthia Howlett, Paula Barreto, familiares e amigos.
Do que sentiu mais falta?
“De nada, até porque vim ao Brasil três vezes no ano em que me mudei para lá”.
De que vai sentir falta de Paris?
“Da manteiga com cristais de sal, de ‘piquinicar’ no parque Monceau em dias de sol e do metrô”.
Você e Orlando estão casados há 21 anos. O que fazem para manter a chama acesa?
“Não há receita, gostamos de estar juntos!”.
É ciumenta? E Orlando?
“Não, nenhum de nós dois é ciumento”.
Os filhos aproveitaram?
“Eles estudaram nesses dois anos e nem poderia ser diferente, pois estão em idade escolar. A vida diária também fez com que nós usássemos muito o francês”.
Cleo te pediu opinião sobre posar nua para a ‘Playboy’?
“Não pediu, não!”.
O que sente ao ver a filha realizada na profissão?
“Acho que todos os pais ficam felizes vendo seus filhos realizados! Sabemos que nenhuma profissão é feita só de bons momentos e fico satisfeita quando vejo que ela está sabendo lidar com os ossos do ofício”.
Orlando fez doação de 800 terrenos para famílias carentes em Goiânia. Como está o projeto?
“Ele está à frente de todo o processo, que é extenuante, principalmente porque há preocupação de fazer algo bem feito. Temos ligação especial com o estado e os loteamentos levam os nomes de nossos pais (Orlando Morais e Antonio Carlos Pires)”.
Tem contrato com a Globo até quando?
“Ad eternum” (risos).
Como se sente na volta às novelas?
“Normalmente, dou um tempo entre as novelas, em geral de dois anos. Às vezes, acontece de dar uma ‘emendada’, mas é raro. Gilberto tem um papel importantíssimo na minha carreira. ‘Dancin’Days’ me colocou num lugar especial, quando tinha 14 anos. De lá pra cá, nos encontramos em outros trabalhos, sempre com muito prazer. Há dois anos e meio, assim que me mudei para Paris, Gilberto estava de férias na cidade, me procurou e me convidou para a novela. Me falou do que pretendia e confiei nele, como sempre”.
Como é a Norma?
“É uma mulher solitária, humilde, que será envolvida numa terrível trama que mudará radicalmente a sua vida”.
Ainda sente frio na barriga quando começa um trabalho?
“Sempre é um desafio, a sensação do novo não acaba”.
Acha possível alguém mudar o estilo de vida por amor?
“Acho que o amor faz coisas incríveis!”.
É vaidosa?
“Sou, sem excessos”.
Faz o que para manter a forma?
“Boa alimentação, exercícios e amor!”.
Tem outros projetos para cinema?
“Sim, dois, além de três convites”.
Por que não fez teatro?
“Não houve uma brecha para essa empreitada”.
Como concilia maternidade e trabalho?
“Ter tido um companheiro que compreendeu minha carreira foi fundamental. Orlando, desde o começo, foi um grande diferencial na minha vida. Acredito também que o fato de ter aprendido a conviver com minhas limitações e me perdoar de meus complexos de culpa com meus filhos, por passar tanto tempo longe deles, tornou isso tudo viável”.
Dá limites aos filhos?
“Dizer não é importante, mas é muito difícil, porque o argumento tem que ser verdadeiro, do contrário não se resiste às carinhas pidonas. Não somos nada deslumbrados com dinheiro e vivemos uma vida normal, ainda que dentro de um quadro completamente diferente das famílias consideradas normais”.
Quais foram as alegrias e frustrações da profissão?
“A maior alegria é poder levar, mesmo que por alguns momentos, a possibilidade dos espectadores ‘viajarem’ conosco numa novela, minissérie ou filme. A maior frustração é quando não há comunicação com quem estou trabalhando”.
O que falta realizar na profissão?
“O futuro...”.
O que marcou mais a sua infância?
“A liberdade de brincar na rua”.
Trabalhar desde menina atrapalhou?
“Acho que não”.
É verdade que, na adolescência, sofreu bullying na escola? Como se sentiu?
“Certamente foi a pior fase da minha vida! Acho que o bullying é resultado de problemas pessoais que a escola desconhece e que os pais não assumem. Talvez uma das saídas seja a união entre pais e escola, se possível com apoio psicológico para a família”.
Seus filhos passaram por situação semelhante?
“Graças a Deus, não”.
Que referências seus pais (Elza e Antonio Carlos) representaram para você?
“Eles eram muito unidos, uma coisa muito forte de amizade que nos dava segurança. Com todas as dificuldades financeiras que passamos, sempre houve muita estrutura emocional”.
Teve muitos namorados?
E o Nizo Neto (filho de Chico Anysio)? “Não tive muitos namorados, não. O Nizo foi meu primeiro, mas não tinha nem beijo, só um selinho, uma vez”.
Prefere paixão ou amor?
“Os dois são bons, mas a paixão está fadada ao fim rápido, ao passo que o amor tem mais fôlego...”.
Você e Orlando vivem uma eterna lua de mel?
“Não, vivemos a vida real e ela pode ser bela. Para nós, tem sido, mesmo com eventuais dificuldades”.
Tem medo da velhice?
“Não, acho que ganhei muitas coisas com a idade. Mesmo que me fosse possível, não voltaria nenhum dia sequer!”.
Fonte de pesquisa:
O Dia online (Link original, aqui)
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