Últimas informações sobre o filme "A arte de perder"

Com Gloria Pires, clã Barreto vai resgatar história de amor entre poeta americana e intelectual brasileira
EDU FERNANDES
Colaboração para o UOL, do Rio


Enquanto se contemplam os filmes da produção recente no Festival do Rio, a manhã dessa quinta-feira (30) teve uma mudança na rotina. A família Barreto e a atriz Gloria Pires participaram de uma coletiva de imprensa para anunciar a realização de "A Arte de Perder", filme baseado na história da escritora Elizabeth Bishop e da arquiteta Lota de Macedo Soares.
Na mesa estavam as produtoras Lucy e Paula Barreto, o diretor Bruno Barreto, a atriz Gloria Pires (que interpretará Lota), o produtor britânico Nick Quested, a roteirista Carolina Kotscho e a autora Carmem Lucia de Oliveira, que escreveu o livro que será adaptado para os cinemas.
O produtor Luiz Carlos Barreto iniciou o evento. "Nesse filme eu serei apenas um discreto consultor", disse Barreto. "Depois de 50 anos de serviço e 84 de idade, eu quero mais tempo para jogar minhas peladas, já que depois do cinema, o futebol é minha grande paixão."
Depois foi a vez de Lucy Barreto assumir os microfones. "Eu tenho esse projeto há 15 anos, quando li o livro 'Flores Raras, Banalíssimas'", declarou Lucy. Parte da demora se deve pelo tempo que levou até achar um diretor disposto a contar essa história. "Na primeira vez que a história me foi apresentada eu não consegui ver um filme", confessa Bruno Barreto. "O livro me fez ver um filme mesmo."
A roteirista Carolina Kotscho ("2 Filhos de Francisco") trabalhou com Bruno Barreto na adaptação de "Flores Raras, Banalíssimas"."Esse filme nasceu da minha busca em descobrir quem é Lota", afirmou Carmem Lucia, que fez um vasto trabalho de pesquisa sobre a idealizadora do Parque do Flamengo.
"Não é uma cinebiografia, é uma história de amor", resumiu o diretor. O resultado dramatúrgico foi aprovado pela autora: "A Carolina deu uma visão cinematográfica ao texto como um todo." A parceria com Carmem foi abordada pela roteirista. "É uma coisa muito rara o autor sentar ao lado do roteirista e não apanhar", brincou Carolina.

Personagens
O único nome no elenco é Gloria Pires, que trabalhou recentemente com Fábio Barreto, irmão de Bruno, no filme "Lula - O Filho do Brasil". "Sempre sonhei em trabalhar com a Glória", assumiu o cineasta. "A única carta de fã que eu escrevi foi para ela, por 'A Partilha'".
Sobre viver uma personagem homossexual, Glória foi bem clara. "É óbvio que isso gera especulação e curiosidade, mas amor é amor, não importa os sexos envolvidos."
Ainda não foi definida qual será a parceira em cena com Glória, mas certamente uma atriz norte-americana ficará responsável por dar vida a poeta Elizabeth Bishop. "É claro que nós temos nomes, mas não tem sentido falarmos disso" explicou Bruno Barreto. "Isso atrapalha nosso trabalho de encontrar a atriz."
Além do casal de protagonistas, a única outra pessoa pública a participar do filme será Carlos Lacerda, grande amigo de Lota de Macedo Soares. "Para contar a história em apenas duas horas, nós condensamos alguns personagens," esclareceu Carolina Kotscho.

Coprodução internacional
Atores norte-americanos não são a única contribuição internacional em "A Arte de Perder". O filme será produzido pela LC Barreto e pela Goldcrest, empresa britânica que tem em seu catálogo produções como "Traídos pelo Destino", com Mark Ruffalo e Joaquin Phoenix.
"Espero que tenhamos uma relação de complementação entre as produtoras," disse Nick Quested, diretor da Goldcrest. "Ambas são empresas familiares preocupadas em contar histórias interessantes que as pessoas querem ver no cinema."
A parceria entre a LC Barreto e a Goldcrest está solificada. "Vamos coproduzir um projeto da Goldcrest, um documentário sobre o Pelé," relatou Paula Barreto em primeira mão.
Com um orçamento inicial de US$ 5.5. milhões, "A Arte de Perder" terá filmagens em várias cidades. "O filme se passa em Itaipava, onde elas moravam," declarou Bruno Barreto. "Teremos dois dias de gravação em Veneza, três dias em Nova York, além de Belém do Pará, no encontro das águas."

Fonte de pesquisa:
Uol Cinema

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