Gloria marcou a história da TV com a Maria de Fátima de ‘Vale tudo’ e deu vida a outras grandes vilãs
Maria de Fátima casou com Afonso para dar o golpe do baú Foto: Arquivo (agosto 1988)
É quase automático: pensar em Gloria Pires é lembrar das grandes vilãs que ela construiu ao longo de sua carreira. A primeira delas — e a mais famosa — veio cedo, aos 25 anos. A ambiciosa Maria de Fátima, do sucesso “Vale tudo” (1988), é uma das personagens mais emblemáticas da televisão.
— Ela foi um divisor de águas para mim. Houve a junção do prazer em trabalhar e uma excelente repercussão. Isso é raro — afirma, que na mesma época se casou com Orlando Morais, pai de seus três filhos mais novos.
César e Maria de Fátima: apaixonados e pilantras Foto: Arquivo (1988)
Gloria garante que não sofria com as maldades de Maria de Fátima, que não eram poucas. Ela rejeitava Raquel (Regina Duarte), a mãe pobre, traía a amiga Solange (Lídia Brondi), dava o golpe do baú em Afonso (Cássio Gabus Mendes) e o enganava com o amante, César (Carlos Alberto Riccelli).
— Ela tinha uma interpretação à flor da pele. Era incrível observá-la como vilã e, depois, nos bastidores, ver como Gloria era diferente de tudo aquilo — conta Riccelli.
Norma queria se vingar de Léo, seu algoz Foto: Estevam Avellar / Rede Globo / Divulgação
Vinte e três anos depois, Gilberto Braga deu à atriz a Norma de “Insensato coração”, que prometia exorcizar Maria de Fátima. Mas as nuances da personagem que queria se vingar de Leo (Gabriel Braga Nunes) a colocaram num patamar diferente da filha de Raquel:
— Essa expectativa deixou Norma em desvantagem. E, no fim, não acho mesmo que ela seja uma vilã como Maria de Fátima. O que ela fez de vilania? Ela pensou em matar o marido (Tarcício Meira), mas se arrependeu. Norma era uma mulher enganada, que tinha que achar uma forma de seguir adiante.
Nice conquistou o público, mesmo armando para ficar com o patrão, em 'Anjo mau' Foto: Divulgação / Rede Globo
O mesmo aconteceu com Nice, a babá nada perfeita de “Anjo mau”, de 1997. A aceitação da empregada ambiciosa pelo público foi tão grande que Maria Adelaide Amaral mudou o fim da história, deixando-a viva. Ou ao menos essa foi a intenção da autora, que não quis desapontar os fãs de Nice.
— Como não morreu? Não ficou claro que ela estava viva! Cada um poderia ter sua interpretação. Foi magistral! — surpreende Gloria.
Rafaela não ganhou destaque em 'O Rei do Gado' Foto: Divulgação / Rede Globo
A repercussão de Nice foi uma espécie de redenção para a atriz, que sofreu com a misteriosa Rafaela de “O Rei do Gado” (1996).
— Benedito (Ruy Barbosa, autor) me chamou para fazer o papel da Patricia Pillar (Luana), mas eu não quis porque me remetia um pouco à “Cabocla” e eu queria fazer alguma coisa diferente. Acho que ele ficou ofendido. Ele me ofereceu a Rafaela e achei interessante porque ela tinha um mistério, era uma impostora. Mas Benedito não queria ou não conseguia desenvolver a história dela ou não queria que eu fizesse aquela personagem. Não sei o que aconteceu, mas fiquei muito insatisfeita — conta
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