Ela falou de tudo
Autores de 40 anos de Glória, biografia autorizada de Glória Pires, que deve ser lançada em maio, contam que, no livro, a atriz fala sem censura sobre casamento, drogas e traumas, como os boatos de um caso entre sua filha Cleo e seu marido, Orlando Morais
Por Renata Mendonça
Por Renata Mendonça
Geralmente bastante discreta, a atriz Glória Pires resolveu se abrir e falar sobre episódios marcantes de sua vida na biografia 40 Anos de Glória, que deverá ser lançada no início do próximo mês pela Geração Editorial. O livro foi escrito pelo roteirista Eduardo Nassife e pelo escritor Fábio Fabrício Fabretti, que dizem que a atriz lhes expôs sua intimidade, mas fez questão de acompanhar de perto todo o processo de criação da obra. Glória, que mora com a família em Paris desde 2008, quis até mesmo revisar o texto antes do lançamento. “Não teve assunto proibido. Ela falou sobre drogas, casamento, abortos espontâneos. Glorinha é uma pessoa espiritualizada e está acima disso tudo. Ela não tem nada o que esconder”, garante Nassife, que é amigo da atriz há cerca de 12 anos.
ORLANDO E CLEO
No livro, Glória prova ter mesmo esmiuçado o baú de memórias ao relembrar, em um capítulo inteiro, o boato de que teria tentado o suicídio, em 1998, após supostamente descobrir um caso do marido, Orlando Morais, com Cleo Pires, sua filha mais velha, do casamento com Fábio Jr. Na época, a atriz mudou-se com a família para Los Angeles, para fugir do assédio da imprensa e resguardar a imagem da filha, que teve depressão. “Cleo chegava da escola chorando, pois era apontada como affair do pai. Glória ficou revoltada e Orlando hipertenso”, conta Nassife. Ele dá um exemplo da dimensão que os rumores ganharam: “Para se ter uma ideia da loucura que foi essa história, durante um jantar na casa do Faustão, um médico garantiu ter visto Glória no Hospital Albert Einstein com um tiro na cabeça”. Ele conta que a atriz não diz os nomes, mas teria descoberto e processado os responsáveis por disseminar o boato.
Já sobre o casamento com Fábio Jr., Glória não fala muito. “O que importa para ela é o presente, mas ela não negou e nunca vai negar o Fábio”, afirma Fabretti, ressaltando que Glória e Fábio fizeram três trabalhos marcantes na televisão: as novelas Cabocla (1979), Água Viva (1980) e Louco Amor (1983). O casamento dos dois durou apenas três anos. “Ela é muito bem resolvida quanto a isso”, afirma Fabretti. “Eles têm uma relação cordial, se cumprimentam, mas não são íntimos”, diz Nassife.
VOVÓ GLORINHA
Os autores garantem que o livro não pretende mostrar uma imagem pudica da atriz, mas registrar a história de quem começou a carreira ainda criança e despontou para o sucesso aos 15 anos, na novela Dancin’ Days (1978), de Gilberto Braga. “Glória não é uma atriz que tem escândalos no passado como muitas por aí. Nunca apareceu nua em boate, nunca mostrou peito, nunca apareceu drogada. Ela experimentou drogas como qualquer adolescente, mas não gosta de nada que lhe tire a lucidez”, afirma Fabretti, acrescentando que a atriz falou abertamente sobre as festinhas regadas a bebidas e drogas que frequentava com o grande amigo Lauro Corona. “Enquanto ele se drogava, ela ficava lúcida e cuidava de todo mundo. Lauro, inclusive, a apelidou de Vovó Glorinha”, diz o autor.
O capítulo dedicado à amizade de Glória e Lauro, aliás, promete arrancar muitas lágrimas dos leitores. A atriz foi uma das únicas pessoas que sabiam que o ator tinha Aids, doença que resultou na morte dele, em 1989. “Glória diz que ele é o irmão que ela não teve. Eles eram tão amigos que Lauro fez uma casa no terreno atrás do dela”, diz Fabretti.
A superação de traumas enfrentados pela atriz também é abordada no livro. Aos 7 anos, Glória ficou traumatizada por não ter sido escolhida para fazer a novela O Primeiro Amor (1972), por ser considerada feia pelo diretor da trama, Daniel Filho. Os autores contam que o trauma só passou após a atriz ser selecionada para Dancin’ Days. “Ela disse ‘sou feia mesmo, mas sou boa atriz e as pessoas vão ter que me engolir’”, diz Fabretti, que relata outras histórias da atriz que são exemplos de vitória pessoal. “O lado humano dela vai surpreender. Quando a mãe da Glória morreu, ela tinha acabado de voltar do velório e teve que fazer a cena da morte da gêmea Raquel, na novela Mulheres de Areia. Glória trabalhava tanto que só foi ter tempo de sentir essa perda um ano depois”, relembra Nassife.
ABORTOS
Em 2000 e 2003, Glória sofreu abortos espontâneos e teve que conter a dor da perda em nome do trabalho. “Um deles foi quando estava filmando A Partilha. Glória ficou afastada por uma semana e a volta foi bem complicada, porque ela tinha que gravar a cena final, em que assistia a cenas de infância. Ela não conseguia que a emoção viesse até que Daniel (Filho, diretor do filme) segurou sua mão. Como era um close, ele não aparece, pois ficou agachado até acabar a filmagem. Ela chorou demais e, mesmo depois do ‘corta’, continuou chorando porque estava muito fragilizada”, diz Nassife, acrescentando que considera a atriz um talento nato. “Glória é quase uma fênix. Está sempre renascendo.”
ORLANDO E CLEO
No livro, Glória prova ter mesmo esmiuçado o baú de memórias ao relembrar, em um capítulo inteiro, o boato de que teria tentado o suicídio, em 1998, após supostamente descobrir um caso do marido, Orlando Morais, com Cleo Pires, sua filha mais velha, do casamento com Fábio Jr. Na época, a atriz mudou-se com a família para Los Angeles, para fugir do assédio da imprensa e resguardar a imagem da filha, que teve depressão. “Cleo chegava da escola chorando, pois era apontada como affair do pai. Glória ficou revoltada e Orlando hipertenso”, conta Nassife. Ele dá um exemplo da dimensão que os rumores ganharam: “Para se ter uma ideia da loucura que foi essa história, durante um jantar na casa do Faustão, um médico garantiu ter visto Glória no Hospital Albert Einstein com um tiro na cabeça”. Ele conta que a atriz não diz os nomes, mas teria descoberto e processado os responsáveis por disseminar o boato.
Já sobre o casamento com Fábio Jr., Glória não fala muito. “O que importa para ela é o presente, mas ela não negou e nunca vai negar o Fábio”, afirma Fabretti, ressaltando que Glória e Fábio fizeram três trabalhos marcantes na televisão: as novelas Cabocla (1979), Água Viva (1980) e Louco Amor (1983). O casamento dos dois durou apenas três anos. “Ela é muito bem resolvida quanto a isso”, afirma Fabretti. “Eles têm uma relação cordial, se cumprimentam, mas não são íntimos”, diz Nassife.
VOVÓ GLORINHA
Os autores garantem que o livro não pretende mostrar uma imagem pudica da atriz, mas registrar a história de quem começou a carreira ainda criança e despontou para o sucesso aos 15 anos, na novela Dancin’ Days (1978), de Gilberto Braga. “Glória não é uma atriz que tem escândalos no passado como muitas por aí. Nunca apareceu nua em boate, nunca mostrou peito, nunca apareceu drogada. Ela experimentou drogas como qualquer adolescente, mas não gosta de nada que lhe tire a lucidez”, afirma Fabretti, acrescentando que a atriz falou abertamente sobre as festinhas regadas a bebidas e drogas que frequentava com o grande amigo Lauro Corona. “Enquanto ele se drogava, ela ficava lúcida e cuidava de todo mundo. Lauro, inclusive, a apelidou de Vovó Glorinha”, diz o autor.
O capítulo dedicado à amizade de Glória e Lauro, aliás, promete arrancar muitas lágrimas dos leitores. A atriz foi uma das únicas pessoas que sabiam que o ator tinha Aids, doença que resultou na morte dele, em 1989. “Glória diz que ele é o irmão que ela não teve. Eles eram tão amigos que Lauro fez uma casa no terreno atrás do dela”, diz Fabretti.
A superação de traumas enfrentados pela atriz também é abordada no livro. Aos 7 anos, Glória ficou traumatizada por não ter sido escolhida para fazer a novela O Primeiro Amor (1972), por ser considerada feia pelo diretor da trama, Daniel Filho. Os autores contam que o trauma só passou após a atriz ser selecionada para Dancin’ Days. “Ela disse ‘sou feia mesmo, mas sou boa atriz e as pessoas vão ter que me engolir’”, diz Fabretti, que relata outras histórias da atriz que são exemplos de vitória pessoal. “O lado humano dela vai surpreender. Quando a mãe da Glória morreu, ela tinha acabado de voltar do velório e teve que fazer a cena da morte da gêmea Raquel, na novela Mulheres de Areia. Glória trabalhava tanto que só foi ter tempo de sentir essa perda um ano depois”, relembra Nassife.
ABORTOS
Em 2000 e 2003, Glória sofreu abortos espontâneos e teve que conter a dor da perda em nome do trabalho. “Um deles foi quando estava filmando A Partilha. Glória ficou afastada por uma semana e a volta foi bem complicada, porque ela tinha que gravar a cena final, em que assistia a cenas de infância. Ela não conseguia que a emoção viesse até que Daniel (Filho, diretor do filme) segurou sua mão. Como era um close, ele não aparece, pois ficou agachado até acabar a filmagem. Ela chorou demais e, mesmo depois do ‘corta’, continuou chorando porque estava muito fragilizada”, diz Nassife, acrescentando que considera a atriz um talento nato. “Glória é quase uma fênix. Está sempre renascendo.”
.
1978
Dancin’ Days
Glória Pires, aos 15 anos, com Lauro Corona, na novela que a fez despontar para o sucesso. Ela e
Lauro eram tão amigos que se consideravam irmãos
1979
Cabocla
Ao lado de Fábio Jr., na primeira novela que fez com ele e na qual começou o romance dos dois. No livro, Glória não fala muito sobre o casamento com o cantor e ator, mas diz que mantém com ele uma relação de cordialidade
1985
O Tempo e o Vento
Glória fez o papel de Ana Terra na minissérie O Tempo e o Vento, baseada na obra de Érico Veríssimo
1987
Com Cleo
A atriz com a filha Cleo Pires, de seu casamento com Fábio Jr.. Ela e o ator se separaram quando a menina tinha 1 ano
Com Cleo
A atriz com a filha Cleo Pires, de seu casamento com Fábio Jr.. Ela e o ator se separaram quando a menina tinha 1 ano
1988
Vale Tudo
Em um de seus papéis mais marcantes, como a inescrupulosa Maria de Fátima. Na cena, Glória aparece com Beatriz Segall, que fazia a vilã Odete Roitman
Vale Tudo
Em um de seus papéis mais marcantes, como a inescrupulosa Maria de Fátima. Na cena, Glória aparece com Beatriz Segall, que fazia a vilã Odete Roitman
1998
Boatos do mal
Os boatos de que seu marido, Orlando Morais, teria um caso com sua filha Cleo levaram Glória e a família a se mudar para Los Angeles, para fugir do assédio da imprensa
2000
Com a filha Ana
Glória amamenta Ana, sua segunda filha com Orlando Morais. O casal tem outros dois filhos: Antônia e Bento
2008
Paris
Glória e Orlando com o filho, Bento, no embarque para a capital francesa, onde moram até hoje
Paris
Glória e Orlando com o filho, Bento, no embarque para a capital francesa, onde moram até hoje
2010
Lula, o Filho do Brasil
Em um de seus trabalhos mais recentes no cinema, a atriz interpretou dona Lindu, mãe de Luiz Inácio Lula da Silva, no filme que conta a história do presidente
Lula, o Filho do Brasil
Em um de seus trabalhos mais recentes no cinema, a atriz interpretou dona Lindu, mãe de Luiz Inácio Lula da Silva, no filme que conta a história do presidente
.
PS: As partes grifadas em negrito e itálico não fazem parte da publicação original, para ler no link original do site da QUEM clique aqui.
Fonte de pesquisa:
Quem acontece
Comentários