Gloria Pires assume: “Sou ex-fumante, sei como é a luta”

Por KAREN LEMOS

SÃO PAULO - “É Proibido Fumar” levou os principais prêmios de público e crítica, em uma rara concordância entre as duas partes que votam, da festa do 36º SESC Melhores Filmes, realizado na quarta-feira (7), no CineSESC de São Paulo.
Destaque da noite, a premiada Glória Pires subiu emocionada para receber o troféu de melhor atriz por dar vida a Baby, uma quarentona solteira que tenta, a todo custo, se livrar do vicio do cigarro. Com roteiro e direção (ambos também premiados) de Anna Muylaert, Glória conta porque aceitou o convite da cineasta e mergulhou de cabeça no papel.
“O que me leva a fazer o personagem é o desafio, a identificação, uma mensagem que, de certa forma, toca as pessoas. Tudo que está dentro tem que ir para a tela, desde o medo até as alegrias. Uma personagem sempre tem um pouco da gente, um pouco do que a gente quer falar, e quando o publico entende isso é muito legal”, disse, em entrevista ao Famosidades.

No longa, Baby vive constantemente envolta de muita fumaça. Fuma quando está nervosa, quando está triste, frustrada, satisfeita, enfim, fuma sempre. Ao mesmo tempo, tenta se livrar daquele que parece ser seu único companheiro de todos os momentos. Glória conhece bem a realidade de Baby e enfrentou uma batalha parecida, mas, diferente de sua personagem, saiu vitoriosa.
“Sou ex-fumante, então sei bem como é essa luta. O meu segredo foi a força de vontade mesmo. Decidi que não ia mais fumar, e parei mesmo. Isso foi após o parto da minha penúltima filha. Antes, em quase todas as gestações eu parava, mas logo em seguida voltava com o cigarro”, declarou.

Bem aceito pelo público, toda a equipe de “É Proibido Fumar” pareceu tranquila na hora receber o prêmio máximo da noite: Melhor Filme. Glória não deixou de agradecer a oportunidade oferecida pela diretora Anna Muylaert, e ainda salientou os elogios à colega.
“Nunca tinha trabalhado com a Anna antes, mas eu já admirava o trabalho ela. Tinha assistido ‘Durval Discos’ quando ela me propôs o roteiro de ‘É Proibido Fumar’; na hora senti que fosse dar certo, sabe? No final, acabei ganhando uma grande amiga”, celebrou.

Durante a conversa, a atriz ainda falou sobre a produção cinematográfica no Brasil, e sobre o que a atrai para o escurinho do cinema.
“Primeiro são os atores que tenho como ídolos [risos], depois, claro, tenho curiosidade de conhecer as histórias. Sempre admirei o cinema brasileiro. Mesmo quando a produção era pouca. Foi um momento complicado, mas as pessoas souberam ser muito elásticas e acabaram trazendo algo positivo para o nosso cinema. Vemos reflexo disso hoje no crescimento da nossa produção, nos constantes lançamentos e nos filmes que atingem a todos nós”, contou.

Voltando de Paris, após gravações de um novo filme chamado “O Santo e o Dragão”, Glória finca novamente os pés em sua terra natal, e promete voltar para as telinhas no segundo semestre deste ano.
“No meio do ano vou gravar a próxima novela do Gilberto Braga. Não posso adiantar muita coisa, está cedo ainda e não sei até onde eu posso revelar, então prefiro não comentar nada a respeito, só sei que será muito bacana. O Gilberto [Braga] me resumiu o trabalho como uma tentativa de se livrar da Maria de Fátima [personagem vivida por Glória em 1988 na novela global ‘Vale Tudo’]", brincou. A atriz deverá interpretar uma vilã na nova trama, que por enquanto está batizada com o nome de “Lado a Lado”.

Cheia de prêmios e boas oportunidades para cinema e televisão, o que mais será que Glória Pires ainda pode desejar? Com bom humor, ela revela que nem tenta uma ousadia dessa, pois a vida já lhe presenteou muito.
“Tudo tem sido tão legal para mim, mais legal ainda que os melhores sonhos que já tive. Nem ouso pedir mais. Estou com 40 anos de carreira e sinto que ainda posso aprender, conhecer gente maravilhosa e me deslumbrar com novos projetos”, conclui.

Além de Glória, o Festival premiou outros 36 filmes escolhidos entre os 315 exibidos no circuito paulista no ano de 2009. Entre os destaques está “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino, que levou os prêmios de filme estrangeiro, diretor e ator para Christopher Waltz.
“A Festa da Menina Morta”, do estreante na direção Matheus Nachtergaele, recebeu o troféu fotografia, para Lula Carvalho, e ator para Daniel de Oliveira, que não pôde comparecer à premiação já que está rodando cenas da próxima novela das 21h “Passione”, de Silvio de Abreu, na Itália.
“Estou aqui, tomando um vinhozinho na Itália, enquanto gravo 'Passione'”, disse o ator em tom divertido, no vídeo de agradecimento que enviou, arrancando risos da plateia.

fonte de pesquisa:
Msn Entretenimento (Link original, aqui)

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