Gloria Pires: "Guerra dos Sexos está sendo um desafio"

Com 41 anos de carreira, a atriz admite nervosismo com a estreia da filha Antonia na TV e jura que não está sendo fácil interpretar Roberta, de Guerra dos Sexos


Gloria Pires surpreende a repórter ao garantir que ficou tensa ao ser escalada para viver Roberta Leone (papel que foi de Glória Menezes em 1983), no remake de "Guerra dos Sexos", de Silvio de Abreu. E olha que ela tem "apenas" 41 anos de carreira! E é um dos poucos casos de unanimidade no meio artístico - ou alguém já ouviu falarem mal dela? 

"É outro desafio. Não é só uma comédia, é uma comédia teatral trazida para a TV", justifica a atriz, de 49 anos. Bem, mas, pelo que se vê no ar, ela está se saindo muito bem. Como sempre, aliás. 

Seja como for, o friozinho na barriga diante de um novo papel, segundo a estrela, é bem-vindo. Mas não chega nem perto da emoção de ver a filha Antonia - a segunda dos quatro filhos - se iniciando na carreira artística. A moça, de 20 anos, vai entrar na trama das 7, como Leda, que disputará espaço com Vânia (Luana Piovani) na loja Charlô’s. 

E Gloria se diz "ansiosíssima" para ver esse dia chegar. Apesar de ter certeza do talento e da vocação de Antonia, que fez sua estreia numa participação no episódio "A Mãe da Barra", em "As Brasileiras", estrelado pela mãe e a irmã caçula, Ana, 12. "Ela vai indo no jeitinho dela", fala Gloria, que também é mãe de Cléo Pires, 30, a Bianca de Salve Jorge. 

Como você definiria a Roberta? 
Ela é obrigada a entrar numa guerra. Os momentos engraçados são justamente esses, ela está caindo de paraquedas, deparando com milhões de rolos. Então, é uma mulher que ainda vai mostrar muita força e determinação para cumprir o objetivo dela. 

E é possível identificar algum elemento em Roberta com outra personagem que você já tenha interpretado?
Vários elementos, mas o tom é totalmente novo. O que estou fazendo nesta novela, nunca fiz. 

Por isso que ficou receosa com a estreia da novela? 
Foi, porque é uma coisa nova, uma área desconhecida. 

Deu uma espiadinha na primeira versão, exibida em 1983? 
Não houve tempo. Estava fazendo o filme Arte de Perder, terminei as filmagens e quatro dias depois estava em São Paulo, cortando o cabelo e fazendo prova de figurino, para começar a gravar a novela na mesma semana. Então, não houve tempo. Fazendo um outro trabalho não dá para pesquisar outra coisa, é muita loucura, não dá, o teco não aguenta. 

Este trabalho tem um gostinho especial por causa da estreia de Antonia? Está ansiosa? 
Ansiosíssima. Ela está mais do que eu, porque ela é muito empolgada. É maravilhoso! 

Você a apoiou na escolha dela desde o início? 
Claro! Não teria outra alternativa, porque a Antonia é aquele tipo de pessoa que nasceu com uma coisa muito clara. Muito criancinha já mostrava claramente que mexeria com alguma coisa nesse sentido. Se não fosse atriz, que era o mais óbvio, seria diretora ou algo ligado à área. Sempre esteve nesse universo. 

Ela já lhe pediu ajuda com o texto? 
Não, ela faz tudo sozinha. Às vezes, tem uma dúvida, uma questão, não sabe como se desenrola aquilo, como acontece, aí, vem e me pergunta. Mas a Antonia é muito independente. 

Ela já declarou que você é uma diva e pediu que ninguém crie expectativa porque ela não chegará nunca perto do que você é. 
Imagina! Como se pudesse existir uma comparação, né? As pessoas são especiais, cada uma na sua forma de ser. Mas ela está indo por aí mesmo. Ela se envolve e isso é lindo, tem que ser assim, tem que ter coração batendo. Ela vai indo no jeitinho dela. 

Você vê nela alguma característica sua de quando iniciou a carreira? 
Não, eu era muito tímida. A Antonia fica nervosa, lógico. Estar num momento como esse dá uma expectativa, mas ela tem um universo que eu não tinha. Andei um longo caminho para chegar até aqui.

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