Parabéns Gloria Pires, 40 anos de Rede Globo
Confiram o texto publicado em homenagem à Gloria Pires no site 'Memória Globo' pelos seus 40 anos de trabalho dedicados na emissora
Não é exagero dizer que a atriz foi criada na TV. Nascida em 23 de agosto de 1963, no Rio de Janeiro, Gloria Maria Claudia Pires de Moraes é filha da produtora e empresária Elsa Marques Pires e do comediante Antônio Carlos Pires (1927-2005). Desde pequena frequentava o meio artístico acompanhando o pai e, aos 5 anos, fez sua primeira aparição na TV, na abertura de A Pequena Órfã, da TV Excelsior. Logo depois da gravação, o diretor Dionísio Azevedo a convidou para integrar o elenco da novela, e ela chegou a participar de alguns capítulos. Sua estreia na Globo aconteceu em 1972, com apenas 8 anos de idade: a atriz integrou o elenco da novela Selva de Pedra, de Janete Clair, como a menina Fátima. Depois de participar de programas da linha de shows da emissora, comoSatiricom, Faça Humor, Não Faça Guerra e Chico City, foi a Ione de O Semideus (1973), também de Janete Clair. Quatro anos depois, a atriz ganhou um papel de maior destaque em outra novela da autora, Duas Vidas: “Eu era filha do Luis Gustavo, que fazia um personagem meio picareta, o bom picareta, um cara bacana que não dá sorte e acaba se envolvendo com uma mulher de vida meio duvidosa. Tinha também o seu Menelau, interpretado por um ator maravilhoso, o Sadi Cabral. Lembro-me muito bem de uma cena em que dançamos uma valsa juntos. Foi inesquecível”, conta. O sucesso e o reconhecimento definitivo do público vieram em 1978, com a novela Dancin’ Days, de Gilberto Braga. Gloria interpretou Marisa, a filha mimada e rebelde de Júlia Mota, personagem de Sônia Braga. “É a novela que considero o marco da minha fase adulta, embora eu estivesse com 14 anos. Até então, eu era aquela menininha que fazia novela por causa do pai que era ator. E, a partir de Dancin’ Days, eu tive a oportunidade de interpretar uma personagem importantíssima na trama. Isso intensificou a minha relação com o público”, relembra. A atuação na novela lhe rendeu o papel de protagonista em Cabocla (1979), de Benedito Ruy Barbosa. Sua personagem, Zuca, era disputada por Tobias, vivido por Roberto Bonfim, e Luís Jerônimo, interpretado por Fábio Júnior, com quem acabaria se casando – os dois são os pais da atriz Cléo Pires. Em 1980, voltou a trabalhar com Gilberto Braga, em Água Viva. Do autor, fez também Louco Amor (1983), Vale Tudo(1988), O Dono do Mundo (1991), Paraíso Tropical (2007) e Insensato Coração (2011). Em Vale Tudo, interpretou a inescrupulosa Maria de Fátima, talvez até hoje um dos papéis mais marcante de sua carreira: “Maria de Fátima foi um presentão. Todo o movimento dela, de sair lá de Foz do Iguaçu, deixar a mãe na miséria, sem nada, vender a casa da mãe e sumir no mundo. Para mim, ela não era só uma vilã; era uma pessoa amoral, louca, desregulada. Foi um momento histórico da televisão, porque retratava o Brasil de forma nua e crua. A novela foi exibida em 1988, época em que as bandalheiras políticas estavam vindo à tona; falava-se da repressão, a censura tinha acabado”, conta. |
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