"Gloria Pires: uma atriz que conhece e se utiliza da complexidade dos sentimentos humanos."
Todo o conteúdo da postagem pertence ao Blog do Paulo Ruch. Nós do Memorial Gloria Pires ficamos lisonjeados pelas palavras escritas a respeito da Glorinha, uma atriz a qual consideramos muito. Para conhecer o blog e diversas outras postagens cliquem na foto e sejam redirecionados para lá, imperdível.
"Gloria Pires: uma atriz que conhece e se utiliza da complexidade dos sentimentos humanos."
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Era gravação de um dos primeiros capítulos de "O Dono do Mundo", novela de Gilberto Braga, na qual Glória Pires interpretava Stela, esposa do vilão Felipe Barreto (Antônio Fagundes). Cena importante. Muitos atores dela participariam. Estreia na Rede Globo de tantos outros. E eu lá, só observando. Glória não havia chegado. Chegou. Educadíssima, carregando um calhamaço de textos, cumprimentou a todos, e sentou-se em uma cadeira. Estudou com extrema compenetração as suas falas. Hora de gravar. Em pouco tempo, Glória Pires grava o que tinha que gravar com brilhantismo. Uma aula de disciplina e seriedade para com o seu ofício. Achei válido disto falar, mesmo que já saibam da grandeza dessa atriz, que no presente é Norma, mulher injustiçada em "Insensato Coração". A intérprete que indignou o país como a Maria de Fátima em "Vale Tudo" trabalha com a precisão. Seja no olhar, seja na impostação da voz, seja em gestos. É "econômica" quando tem de ser, porém quando tem de abrir mão dessa "economia", assim o faz. Ela consegue mostrar como Norma a plenitude de sua dor apenas estando parada, em silêncio. Isto é mérito. Norma é a continuação de uma carreira precoce repleta de excelentes trabalhos. O destaque real iniciara-se em "Dancin' Days". Tão nova quanto pujante na atuação como Marisa. Com o sucesso, veio "Cabocla". Junto com Nádia Lippi e Maitê Proença fizera "As Três Marias" (usava cabelos curtinhos e óculos de grau). Integrara o elenco do ótimo folhetim "Água Viva" (Sandra). Seguiram-se "Louco Amor" e "Partido Alto", até personificar um dos papéis mais memoráveis de sua trajetória: a Ana Terra de "O Tempo e o Vento", minissérie baseada na obra de Érico Veríssimo. Após "Direito de Amar", o "encontro" com "Vale Tudo". E mais "encontros" e reencontros se sucederam. O "encontro" com o humor em "Mico Preto", como Sarita. O reencontro com Gilberto Braga em "O Dono do Mundo". O "encontro" com ela mesma no "remake" de "Mulheres de Areia" (Ruth e Raquel). O "encontro" com Rachel de Queiroz em "Memorial de Maria Moura". Mais algumas produções, e o reencontro com Regina Duarte em "Desejos de Mulher". O "encontro" primeiro com Silvio de Abreu, em "Belíssima". Depois dos filmes "Pequeno Dicionário Amoroso" e o "blockbuster" "Se Eu Fosse Você", reencontra Tony Ramos em "Paraíso Tropical". Dentre alguns longas-metragens, fora agraciada com prêmios por "O Quatrilho", "O Primo Basílio" e "É Proibido Fumar". E, finalmente, no que diz respeito a Norma Pimentel da produção de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com a entrada de Cristiana Oliveira, acredito que situações para lá de tensas e que prendam a atenção do telespectador decorrerão com toda a certeza.
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