Gloria Pires fala ao Correio Fraterno sobre sua personagem Norma

Em sua reta final, a novela Insensato coração, exibida pela Rede Globo, reserva suas últimas emoções para esta semana. O casal protagonista da história, Norma e Léo, interpretados por Gloria Pires e Gabriel Braga, vive uma história de ambição e vingança, que retrata todas as aflições advindas de uma relação doentia.
E a curiosidade que fica para os que acompanham o romance é sobre qual será a solução encontrada pelos autores Gilberto Braga e Ricardo Linhares para o desfecho da trama que envolveu seus personagens em mágoas, desejos, ódios e traições.
Em entrevista exclusiva ao Correio Fraterno, a atriz Gloria Pires, que conheceu o espiritismo na infância, fala sobre sua experiência de ter vivido a personagem Norma.
Ela analisa o perdão como o mais difícil dos aprendizados, acredita nas obsessões além-túmulo e revela qual o segredo para se manter relações amorosas estáveis, como a que vive com o cantor e compositor Orlando Morais há mais de 20 anos. Veja as respostas.

Como você, Gloria, analisa a história de amor e ódio da sua personagem Norma?
Em minha opinião, não se trata de amor. O fato de ter se entregado sem nenhuma defesa e ter sido usada gerou um desejo de reparação sem limites, acrescido do desejo, que ela conheceu e não foi correspondido.

Perdoar é sempre válido? Dá para perdoar sempre?
Creio que seja o mais difícil de todos os ensinamentos. Creio que quando se consegue perdoar, há uma libertação do ciclo vicioso que a mágoa gera.

O espiritismo explica que situações de vingança normalmente se prolongam na vida além-túmulo, gerando quadros de obsessões espirituais, que fortalecem os laços de ódio entre os envolvidos às vezes por séculos. Você acredita nisso?
Sim, acredito. Por experiência própria e exemplos próximos.

Você é adepta ou simpatizante do espiritismo? Tem alguma experiência que queria relatar a respeito?
Conheci o kardecismo quando pequena, através de uma querida tia, Laura. Sempre tive uma busca espiritual muito clara. Desde muito nova, tive essa inclinação. A família de meu marido, o cantor e compositor Orlando Morais, também sempre foi atuante no kardecismo. Defino-me como ecumênica, pois me agrada muito essa ideia de união, troca. Vejo as religiões como os idiomas. Cada qual compreende melhor este ou aquele, mas todos são perfeitos e completos, dentro de sua cultura e realidade.

Na sua opinião, por que as relações humanas são tão doentias?
Creio que isso se dê pelo fato de que o ser humano traz em si defeitos, mas também a possibilidade de crescer e de se aprimorar. Quando inimigos encarnam sob laços familiares, por exemplo, há maiores chances de que esse relacionamento progrida, no amor.

O que você diria para quem está passando pela mesma dificuldade da sua personagem?
Que procurasse seu Deus interior, se aproximasse de sua essência, enfraquecendo o ego que, a meu ver, é o nosso maior inimigo.

Você tem um casamento de mais de 20 anos. Qual o segredo para amar e ser correspondida?
Afinidade natural, interesse em continuarmos juntos, confiança, além do sentimento de amor que nutrimos um pelo outro.

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