Gloria Pires, a heroína do horário nobre
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A "dama das novelas brasileiras" completa 48 anos de idade e 40 deles na trilha do sucesso. Conheça a biografia dessa grande atriz.
Por Karina Costa
A atriz teve sua vida contada por Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti na biografia "40 anos de Gloria", lançada em 2010. Foto: Marcelo Faustini
Ela roubou a cena na última novela das 9h, Insensato Coração, da TV Globo, como Norma Pimentel, que pagou com a vida o preço de se apaixonar por um canalha. A insensatez de sua personagem foi o trunfo para que arrebatasse mais fãs do que já tinha conquistado ao longo de 40 anos de estrada.
Sucesso é sinônimo na carreira da atriz Gloria Pires, 48 anos completos neste 23 de agosto, casada e mãe de quatro filhos, considerada a "dama das novelas brasileiras". Não é pra menos, já que a carioca cresceu praticamente sob os holofotes - seu pai, Antônio Carlos Pires, era comediante -, e apareceu em frente às câmeras pela primeira vez aos 5 anos, em A Pequena Orfã, da extinta TV Excelsior.
Curiosidade é que o registro foi mantido apenas na abertura da novela: "Ela tinha um problema de hemorragia nasal e a iluminação forte do estúdio de gravação a fez ter uma crise, que motivou o imterrompimento das gravações. Para completar, uma atriz da telenovela fazia um papel de megera, que a deixou extremamente assustada", conta Eduardo Nassife, que junto com Fábio Fabrício Fabretti, colheu essas e outras histórias para 40 Anos de Glória, biografia da atriz lançada em 2010.
Apesar do episódio, no começo da década de 70, a atriz seguiu em frente com a carreira e participou de diferentes programas da linha de shows da Globo, caso de Satiricom, Faça Humor, Não Faça Guerra e Chico em Quadrinhos. Nessa mesma época, sofreu outro trauma profissional: em 1972, não foi selecionada pelo diretor Daniel Filho para a novela Meu Primeiro Amor, por ser considerada feia. Ferida, mas ainda persistente, foi à luta e, seis anos mais tarde, foi a escolhida do mesmo Daniel Filho para viver a filha de Sônia Braga em Dancin Days. A bem sucedida interpretação lhe rendeu sua primeira protagonista em Cabocla (1979), de Benedito Ruy Barbosa.
Dona Norma, como era chamada pelo trapaceiro Léo (Gabriel Braga Nunes) virou musa pop e ganhou até camiseta em sua homenagem Foto: loja Apenas Rabiscos
40 anos de Sucesso
É difícil dizer um papel em que Gloria não tenha alcançado êxito. Quem não se lembra de sua Maria de Fátima, que dividia as vilanices com a atriz Beatriz Segall (a famosa Odete Roitman) na trama Vale Tudo (1988), de Gilberto Braga? Ou a doce Ruth e sua irmã gêmea e má, Raquel, que interpretou com maestria em Mulheres de Areia (1993)? Ou a Rafaela Berdinazzi, de O Rei do Gado (1996)?
Gloria fez sucesso também como as protagonistas Nice, de Anjo Mau (1997) e suas duas facetas como Maria Inês e Lavínia de Suave Veneno (1999). Na mesma década, pisou no tapete vermelho das estrelas internacionais durante cerimônia do Oscar e representou o Brasil com o filme O Quatrilho, dirigido por Fábio Barreto, indicado em 1996 como Melhor Filme Estrangeiro.
Os anos passaram, a carreira esfriou para muitas atrizes e tantas outras surgiram, mas Gloria Pires continua em evidência no reino da teledramaturgia. Na última década, viveu mais personagens de destaque na TV. Desejos de Mulher (2002), Belíssima (2005) e Paraíso Tropical (2007) foram as três novelas que fez antes de partir com a família para a França, onde viveu durante três anos.
Na telona
Gloria sumiu das telinhas mas, incansável, não parou de trabalhar como atriz. Levou o público às gargalhadas com a segunda parte da comédia Se Eu Fosse Você, dirigida por Daniel Filho, e estrelada ao lado de Tony Ramos, além de protagonizar É Proibido Fumar, escrito e dirigido por Anna Muylaert, ambos filmes de 2009. No primeiro dia do ano de 2010, lá estava ela novamente nas telonas, agora como dona Lindu, mãe do ex-presidente do país, em Lula, O Filho do Brasil.
Apesar do término de mais um trabalho que a consagrou - Insensato Coração terminou na última sexta-feira, 19 de agosto-, Gloria deve manter sua popularidade em alta nos próximos capítulos de sua vida profissional: vai interpretar uma personagem homossexual no filme A Arte de Perder, de Bruno Barreto.
No longa ela viverá a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, que viveu um romance com a poeta norte-americana Elizabeth Bishop, personagem que deve ser interpretada pela atriz australiana Cate Blanchett. Bagagem suficiente para a vida da propria atriz virar filme, não? Pois é o que deve acontecer em breve, de acordo com o plano dos autores de sua biografia. Alguém tem dúvida de que a Gloria é pop?
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