'Flores Raras' chega aos cinemas em momento adequado, diz Gloria Pires
Atriz interpreta mulher homossexual em novo longa de Bruno Barreto.Filme estreia comercialmente nos cinemas brasileiros no dia 16 de agosto.
Interprete de uma mulher homossexual em “Flores Raras”, do diretor Bruno Barreto, a atriz Gloria Pires acredita que o filme com estreia comercial marcada para o dia 16 chega aos cinemas do Brasil em um momento importante, em que temas como “cura gay” são discutidos no país. A obra foi exibida na noite de sexta-feira (9), na abertura da 41ª edição do Festival de Cinema de Gramado, na serra gaúcha.
No longa baseado em uma história real, a atriz encarna Lota de Macedo Soares, uma paisagista brasileira autodidata conhecida por idealizar o projeto do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, e que teve um relacionamento de 16 anos com a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop, interpretada pela australiana Miranda Otto.
“O filme aparece em um momento muito apropriado, embora não tenha sido essa a intenção. O homossexualismo é um assunto em alta aqui (no Brasil). As pessoas ainda sofrem muito com isso. Tenho recebido muitos e-mails lindos de pessoas sofrem preconceito da família, ainda vivem escondidas”, contou a atriz, em entrevista coletiva neste sábado (10)
“Como a arte está sempre está interferindo na realidade, é uma via de mão dupla, espero que o filme possa ajudar as pessoas a encararem o homossexualismo de uma forma mais normal, a desmitificar essa questão. Todos nós somos seres humanos e temos os mesmos direitos”, acrescentou a atriz.
Segundo Gloria, a homossexualidade era apenas um traço da personalidade de Lota. O que a atraiu para o papel foram as outras facetas da arquiteta, conhecida pela inteligência, pelo gênio forte e pela impetuosidade, apesar dos costumes conservadores de sua época.
“Para mim, foi um grande desafio como atriz. A primeira coisa que atraiu foi o fato dessa história não ser conhecida dos brasileiros. Em segundo lugar, o fato de ela (Lota) viver naquela época, nos anos 50 e 60, uma relação homossexual assumida e ser que ela era. Ela aglutinava a todos. Quando ela chegava em um ambiente, era dela”, analisou Gloria.
Segundo uma das produtoras do filme, Lucy Barreto, o papel de Lota estava reservado para Gloria Pires desde quando, em 1995, ela adquiriu os direitos para o cinema do livro “Flores Raras e Banalíssimas – A História de Lota de M. Soares e Elizabeth Bishop”, de Carmen Lucia Oliveira. A atriz aceitou o papel na hora, mas o projeto ficou na gaveta por 17 anos.
A preparação de Gloria Pires para o papel incluiu leituras das poesias de Bishop e cartas escritas pela escritora, além de livros sobre a situação dos homossexuais no Rio de Janeiro da época e depoimentos de pessoas que conviveram com Lota. Mas o tempo, diz a atriz, foi seu maior aliado.
“Enquanto eles trabalhavam para viabilizar a produção, houve esse amadurecimento, pessoal e profissional. E isso acho que foi a maior preparação que eu pude ter. A gente não consegue isso em livro. A experiência, só o tempo dá”, destacou Gloria.
Como a maior parte do filme é falada em inglês, a atriz contou que ficou preocupada com as cenas mais dramáticas, mas o resultado agradou tanto ao diretor Bruno Barreto quando à produtora Lucy, que já vislumbra uma carreira internacional para a atriz como a das francesas Juliette Binoche ou Marion Cotillard.
“A Gloria encarnou completamente a Lota, que falava sete línguas e um inglês muito bom. Não há na ‘delay’ na atuação dela, separação entre o pensar e o dizer”, elogiou a produtora. “No cinema, graças a Deus, hoje temos a figura do ‘coaching’ (treinador), que ajuda demais”, rebateu Gloria, modesta, antes de resumir sua atuação em três palavras. “Instinto, paixão, entrega”, concluiu a atriz.
Fonte:
G1
Interprete de uma mulher homossexual em “Flores Raras”, do diretor Bruno Barreto, a atriz Gloria Pires acredita que o filme com estreia comercial marcada para o dia 16 chega aos cinemas do Brasil em um momento importante, em que temas como “cura gay” são discutidos no país. A obra foi exibida na noite de sexta-feira (9), na abertura da 41ª edição do Festival de Cinema de Gramado, na serra gaúcha.
No longa baseado em uma história real, a atriz encarna Lota de Macedo Soares, uma paisagista brasileira autodidata conhecida por idealizar o projeto do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro, e que teve um relacionamento de 16 anos com a poetisa norte-americana Elizabeth Bishop, interpretada pela australiana Miranda Otto.
“O filme aparece em um momento muito apropriado, embora não tenha sido essa a intenção. O homossexualismo é um assunto em alta aqui (no Brasil). As pessoas ainda sofrem muito com isso. Tenho recebido muitos e-mails lindos de pessoas sofrem preconceito da família, ainda vivem escondidas”, contou a atriz, em entrevista coletiva neste sábado (10)
“Como a arte está sempre está interferindo na realidade, é uma via de mão dupla, espero que o filme possa ajudar as pessoas a encararem o homossexualismo de uma forma mais normal, a desmitificar essa questão. Todos nós somos seres humanos e temos os mesmos direitos”, acrescentou a atriz.
Segundo Gloria, a homossexualidade era apenas um traço da personalidade de Lota. O que a atraiu para o papel foram as outras facetas da arquiteta, conhecida pela inteligência, pelo gênio forte e pela impetuosidade, apesar dos costumes conservadores de sua época.
“Para mim, foi um grande desafio como atriz. A primeira coisa que atraiu foi o fato dessa história não ser conhecida dos brasileiros. Em segundo lugar, o fato de ela (Lota) viver naquela época, nos anos 50 e 60, uma relação homossexual assumida e ser que ela era. Ela aglutinava a todos. Quando ela chegava em um ambiente, era dela”, analisou Gloria.
Segundo uma das produtoras do filme, Lucy Barreto, o papel de Lota estava reservado para Gloria Pires desde quando, em 1995, ela adquiriu os direitos para o cinema do livro “Flores Raras e Banalíssimas – A História de Lota de M. Soares e Elizabeth Bishop”, de Carmen Lucia Oliveira. A atriz aceitou o papel na hora, mas o projeto ficou na gaveta por 17 anos.
A preparação de Gloria Pires para o papel incluiu leituras das poesias de Bishop e cartas escritas pela escritora, além de livros sobre a situação dos homossexuais no Rio de Janeiro da época e depoimentos de pessoas que conviveram com Lota. Mas o tempo, diz a atriz, foi seu maior aliado.
“Enquanto eles trabalhavam para viabilizar a produção, houve esse amadurecimento, pessoal e profissional. E isso acho que foi a maior preparação que eu pude ter. A gente não consegue isso em livro. A experiência, só o tempo dá”, destacou Gloria.
Como a maior parte do filme é falada em inglês, a atriz contou que ficou preocupada com as cenas mais dramáticas, mas o resultado agradou tanto ao diretor Bruno Barreto quando à produtora Lucy, que já vislumbra uma carreira internacional para a atriz como a das francesas Juliette Binoche ou Marion Cotillard.
“A Gloria encarnou completamente a Lota, que falava sete línguas e um inglês muito bom. Não há na ‘delay’ na atuação dela, separação entre o pensar e o dizer”, elogiou a produtora. “No cinema, graças a Deus, hoje temos a figura do ‘coaching’ (treinador), que ajuda demais”, rebateu Gloria, modesta, antes de resumir sua atuação em três palavras. “Instinto, paixão, entrega”, concluiu a atriz.
Fonte:
G1
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