Gloria Pires recebe Troféu Oscarito no Festival de Gramado

Atriz foi a homenageada na noite da abertura do Festival na serra gaúcha.


Homenageada do 41º Festival de Cinema de Gramado com o Troféu Oscarito, Gloria Pires chegou no final da tarde, depois de almoçar em Novo Hamburgo no caminho entre o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, e o hotel na Serra. A atriz foi direto para o quarto descansar antes de dirigir-se ao Palácio dos Festivais, onde recebeu o troféu que já foi entregue a grandes astros do cinema brasileiro como Fernanda Montenegro, Reginaldo Faria, Betty Faria, Walmor Chagas e Zezé Motta.

 — É uma honra para mim fazer parte agora desse panteão. Já conheço o público gaúcho, ele é muito caloroso. Minha relação com o Rio Grande do Sul é forte, fiz dois grandes trabalhos aqui: o filme O Quatrilho e a minissérie O Tempo e o Vento, fazendo o papel de Ana Terra, que agora quem faz no filme do Jayme Monjardim é a Cleo Pirescomentou a mãe coruja com a reportagem de Zero Hora, enquanto caminhava pelo tapete vermelho rumo ao cinema, em meio à chuva que se imiscuía pelo corredor da Rua Coberta e ao som dos gritos dos fãs ao lado. 

Antes da entrega do Troféu Oscarito à Gloria, o músico Carlos Badia apresentou o novo tema do Festival de Gramado. Acompanhado de um quarteto que incluía o gaiteiro Paulinho Cardoso, o cantor, compositor e violonista mostrou ao público a música que vai substituir a vinheta composta pelo pianista e arranjador Geraldo Flach — e que durante anos serviu de trilha sonora para as sessões no Palácio dos Festivais. 

A composição de Badia mistura jazz, música instrumental brasileira e sonoridades de ritmos tipicamente sulistas como o chamamé. 

Depois de receber o Troféu, a estrela de filmes como Índia, a Filha do Sol (1981), O Quatrilho (1995), É Proibido Fumar (2009), Lula, o Filho do Brasil (2010) continuou no centro das atenções em Gramado. Glória Pires é a protagonista de Flores Raras (2013), filme que abriu o festival fora da competição.

 — Vocês viram aí na tela. Isto é Gloria Pires. O único filme que eu fiz se chama Isto É Pelé. Agora, eu queria ter feito um filme chamado Isto É Gloria. Deixo essa definição dela com vocês, feita pelo Caetano Veloso: "A glóriaaaaaaa... da vidaaaa..." — cantarolou o produtor Luiz Carlos Barreto antes de entregar o Troféu Oscarito a Gloria Pires, acrescentando: — Eu sou desafinado mesmo. 

— Mas no peito dos desafinados também bate um coração — arrematou a homenageada, agradecendo aos diretores de cinema com quem já trabalhou e finalizando: — Estou muito feliz e quero oferecer esse troféu ao meu pai. 

No 19º longa-metragem do cineasta Bruno Barreto, Gloria vive a paisagista e urbanista autodidata Lota Macedo Soares, figura de expressão social e cultural no Rio de Janeiro entre os anos 1940 e 1960, que viveu um romance de 15 anos com a poeta americana Elizabeth Bishop (interpretada no filme pela atriz australiana Miranda Otto), ganhadora do prêmio Pulitzer de 1956.

— Quando eu vi a cena em que Gloria faz a personagem dela bêbada no filme A Partilha, tive certeza de que ela era a atriz perfeita para estrelar Flores Raras — disse o cineasta antes da exibição de seu filme, que entra em cartaz na próxima sexta-feira em todo o país.


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