Gloria Pires e Adriana Esteves falam sobre infantilidade das vilãs de ‘Babilônia’, e autor diz: ‘Não há possibilidade de elas se unirem’
Elas ultrapassaram os 40 anos, mas o comportamento parece ter ficado de mal com a maturidade. Soberanas nos jardins de infância de “Babilônia”, Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Gloria Pires) brigam pelo poder na Souza Rangel como crianças mimadas, impetuosas diante da boneca da moda. “São totalmente infantis”, concorda Gloria. Se não usam chupetas e lacinhos mimosos, talvez por capricho dos autores, estão sempre às voltas com malcriações que fariam ruborizar a mais arteira das gurias.
— Há um componente adolescente na disputa. Isso começou por volta dos 15 anos, quando faziam parte da mesma turminha de praia no Leme. Beatriz era linda, sedutora e rica. Inês era gorda, invejosa e sofria bullying. Assim, amizade e ódio foram alimentados ao longo dos anos. Uma precisa provocar a outra para se sentir viva e estimulada — justifica Ricardo Linhares, autor da novela ao lado de Gilberto Braga e João Ximenes Braga.
Se tivessem ficado mais tempo no cantinho da disciplina... Mas elas não estavam dispostas. Dia desses, Inesinha pegou Bia de jeito e armou para Aderbalzinho — esse garoto vivido por Marcos Palmeira não presta, viu? — ficar do lado dela. Foi uma confusão na creche. Quer dizer, na construtora! A rival ficou chocada quando a menina, mais metida que Barbie com casa na praia e Ken a tiracolo, disse: “Eu venci, Beatriz”. Quem viu a cena sabe: é a rotina do lugar.
— Ah, essa é a parte engraçada da novela. Ao invés de ficar uma rixa agressiva, tem esse humor na relação das duas. Quase adolescente. Para a gente ver a que ponto podem chegar os comportamentos humanos — pontua Adriana.
As duas tocam o terror nos arredores do Leme. Bia já deu tiro em Inesinha, que, tempos depois, amarrou a menina malvada e a assustou com uma cobra. Foi uma gritaria! Se estão assim agora, imagina quando crescerem — é o que todo mundo comenta. As vilãs podem até se equiparar nas armações, mas Bia está à frente quando o assunto é estilo. As roupinhas e acessórios usados por ela, além do cabelo fashion, são os mais cobiçados pelas invejosas de plantão.
— O trabalho da caracterização superou todas as minhas expectativas. Muito legal ver as mulheres se libertando do cabelão como referência de sensualidade — orgulha-se Gloria, sempre lembrada pelo público que recorre ao Cat (Central de atendimento ao telespectador) da Globo.
Sem choradeira
Brincadeiras à parte, a rivalidade apenas se amplifica no calor dos embates da ficção, lembra Gloria. A atriz afirma ter ficado surpresa com os rumores de que a colega, insatisfeita com os desdobramentos do papel, teria chorado nos bastidores, e reforça :
— Adriana é uma companheira admirável e temos nos divertido muito nas gravações, apesar da guerra em que as personagens estão envolvidas. É um encontro muito especial, onde existe admiração, respeito e prazer no jogo cênico. O clima é maravilhoso.
Os elogios ganham ressonância nas palavras de Adriana (“Glorinha é uma das mulheres e atrizes mais incríveis que conheci”, emenda ela), que ressalta ter uma “lembrança de alegria e sucesso” de “Babilônia”, novela que termina dia 28 após sofrer com a baixa audiência.
— Sou uma mulher muito forte, meu amor. Para chorar, o negócio tem que ser heavy metal mesmo. Já passei por momentos muito mais avassaladores de trabalho e nunca chorei — enfatiza.
Ao pensar na reta final, a atriz diz que adoraria caso Inês e Beatriz se aliassem como uma “dupla de mequetrefes”. Esse movimento, porém, é descartado por Ricardo Linhares. O assassinato de Murilo (Bruno Gagliasso), exibido no capítulo de hoje, só vai aprofundar os embates entre as meninas-mulheres do folhetim.
— Uma acusa a outra do crime. Não há mais nenhuma possibilidade de elas se unirem. O que elas querem é a aniquilação. O objetivo de uma é destruir a outra — confirma Ricardo.
Será que agora a birrinha acaba?
Campeãs em infantilidade
Penetra com disposição: Inês entrou de penetra numa festa só para ficar perto de Beatriz e levou um sonoro “não estou disposta” da rival.
Humilhada na cama: Beatriz pediu para Murilo seduzir Inês só para ter o prazer de humilhá-la na hora H.
Pegadinha da malandra: Bia gravou uma cena quente entre Inês e Aderbal e mostrou ao conselho da Souza Rangel, se gabando: “Perdeu, Inês”.
Quem é a melhor?: Elas se engalfinharam, com tapa na cara e roupa rasgada, para ver quem representava a construtora numa premiação.
Que burra, dá zero para ela: Antes de serem ouvidas na delegacia, Beatriz mandou “batizar” a água de Inês. Descontrolada, a advogada xingou a outra: “Você sempre foi uma ordinária”.
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