Portelense, Gloria Pires aceitaria ideia mirabolante de Paulo Barros: “talentoso”

Portelense das mais apaixonadas, Gloria Pires ainda não teve oportunidade de esbarrar com o novo carnavalesco da escola, Paulo Barros. Mas o encontro da dupla, quando acontecer, promete dar o que falar. 

No último Carnaval, Glória Pires desfilou na Portela ao lado da família - Foto: Ricardo Almeida
No último Carnaval, Gloria Pires desfilou na Portela ao lado da família – Foto: Ricardo Almeida 


É que a intérprete da vilã Beatriz na novela “Babilônia”, da Rede Globo, contrariando o bordão da personagem, “não estou disposta”, confessou ao Sambarazzo ser fã das ousadas ideias do artista e, caso fosse convidada a encarnar na Sapucaí um papel nas espetaculosas criações de Paulo, a atriz toparia o desafio: 

– Ainda não o conheço, só de nome. Mas certamente vai fazer um belo carnaval, é muito talentoso. Aquele carro das cabeças caindo (comissão de frente da Unidos da Tijuca, em 2011) foi muito impressionante. Vi ao vivo, então foi uma emoção diferente. Tendo a oportunidade de fazer algo com ele, aceitaria. Ainda mais na minha Portela. 

O carro da comissão de frente do desfile de Paulo Barros em 2011, na Tijuca, deixou Glória impressionada - Foto: AF Rodrigues/Riotur
O carro da comissão de frente do desfile de Paulo Barros em 2011, na Tijuca, deixou Gloria impressionada – Foto: AF Rodrigues/Riotur 

Portelense de berço 

A ligação de Gloria Pires com a maior campeã do Carnaval carioca começou cedo e é reflexo de uma herança cultural. Os pais da atriz sempre foram portelenses e o avô, Seu Domingos, também. 

– Meu avô era açougueiro em Madureira e contribuía com o livro de ouro da Portela. Então, tem toda uma história familiar. Tenho muito carinho pela escola – revela Gloria, que participou do último desfile na ala da diretoria.

Em visita ao barracão da Portela, na Cidade do Samba, a atriz ganhou chapéus personalizados da escola, assim como a filha, Ana, e o marido, Orlando Morais - Foto: Ricardo Almeida
Presentão! Em visita ao barracão da Portela, na Cidade do Samba, a atriz ganhou chapéus personalizados da escola, assim como a filha, Ana, e o marido, Orlando Morais – Foto: Ricardo Almeida 

E a paixão pela azul e branco está atravessando gerações na família da protagonista do filme “Linda de Morrer”, que estreia nesta quinta-feira, 20, nos cinemas de todo o Brasil. Além dela, as filhas Antonia e Ana desfilaram este ano, e o filho Bento, de 10 anos, é outro que morre de amores pela escola de Paulinho da Viola e outros bambas. 

– O Bento não quis ir para o desfile porque disse que não sabia sambar. Ele achou que a escola iria perder pontos por isso – diverte-se Gloria. 

Enquanto seu herdeiro diz passar sufoco no quesito samba no pé, Gloria Pires manda bem no ofício. Ela aprendeu através de uma técnica milenar: a observação.

– Uma amiga minha sambava muito bem, e sempre fiquei admirada. Não sei se foi de tanto ver – ou tentar –, mas um dia a ficha caiu e aprendi a sambar – conta. 

Na próxima quinta-feira, 20, a atriz estará em cartaz nos cinemas brasileiros com o filme "Linda de Morrer". Na pré-estreia, no Rio, Glória posou ao lado de seu fiel escudeiro, o assessor Antonio Padilha, também portelense - Foto: Irapuã Jeferson
Nesta quinta-feira, 20, a atriz estará em cartaz nos cinemas brasileiros com o filme “Linda de Morrer”. Na pré-estreia, no Rio, Gloria posou ao lado de seu fiel escudeiro, o assessor Antonio Padilha, também portelense – Foto: Irapuã Jeferson 

Se Gloria Pires fosse carnavalesca… 

Indagada sobre que tipo de enredo gostaria de levar para a Avenida caso fosse carnavalesca, Gloria Pires não levou muito tempo para pensar. Tendo Carmen Miranda como grande referência artística, a ilustre portelense acredita que renderia um belo desfile falar da consagrada cantora e atriz luso-brasileira, que fez história no cenário das artes a partir dos anos 1930. 

– Seria um lindo enredo falar sobre a nossa “pequena notável”, que era pequena por fora e grande por dentro. Tudo nela seria interessante para um desfile. A ascensão artística, tudo o que ela conquistou lá fora. Foi uma grande referência, e é até hoje. Esse enredo valeria nota 10 – diz. 

E Gloria está coberta de razão, a conferir pelas bem-sucedidas vezes em que Carmen Miranda foi homenageada no Sambódromo, por outra escola de Madureira. Foi com o Império Serrano, campeão com o tema no Grupo Especial (1972) e no Acesso (2008). Não é que Gloria Pires entende mesmo do riscado?

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