"Nem vilã, nem mocinha"
INSENSATO CORAÇÃO
Há quem torça pela volta por cima da pobre enfermeira Norma (Glória Pires), que levou um tremendo golpe do principal vilão de Insensato Coração (Globo). Mas a viúva de Teodoro (Tarcísio Meira), que fez sua mais recente vítima esses dias, não atrai olhares tão caridosos de quem enxerga, na sofredora, uma vilã em potencial.
No limite entre o heroísmo justiceiro e a vilania, a personagem da novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares continua obstinada em se vingar de Léo (Gabriel Braga Nunes), mas seguindo caminhos tortuosos. Com tantas mortes que causou no currículo, a torcida pela vitória da viúva sobre o inescrupuloso Léo - este, sim, rejeitado pelo público - só tende a diminuir. “Não tenho saído muito às ruas, mas nelas escuto de tudo. Há quem diga que a Norma está muito má e quem fale que ela deve mesmo se vingar de Léo’’, conta Glória Pires.
A própria atriz, que dá vida à ambígua personagem, prefere colocar Norma em cima do muro. “Ela não é vilã nem mocinha, porque a sua trama a difere de um vilão tradicional. Norma é um ser humano que reúne todos os tipos de sentimento de forma exagerada. Entre eles, a raiva, a culpa, a vingança, a paixão e o arrependimento’’, avalia Glória.
O lado obscuro da personalidade de Norma começou a aparecer depois que ela saiu da cadeia, onde cumpriu pena injustamente. Ao se aproximar (sem ser vista) da rotina de Léo, a quem sempre jurou vingança, a sua obsessão por vê-lo sofrer em suas mãos passou a crescer com a mesma intensidade com que o pilantra se dava bem. No desespero para não “morrer na praia’’, ela acabou dando fim à vida de Araci (Cristiana Oliveira), de Teodoro e de Milton (José de Abreu). “As pessoas acham que a vingança se justifica e se identificam com o sofrimento inicial da personagem’’, observa Ricardo Linhares. Mas o autor, que escreve a novela junto com Gilberto Braga, já prepara o público para novas transformações no comportamento de Norma: “Talvez alguns mudem de ideia ao ver o novo relacionamento entre ela e o Léo’’. (da Folhapress)
Fonte:
O POVO, online
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