Gloria Pires: "Eu sou do tempo em que criança podia brincar na rua"

Carla Manso, iG São Paulo

A editora Geração Editorial organizou uma coletiva de imprensa com Gloria Pires e os autores de "40 anos de Gloria", Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti, na tarde desta segunda-feira (12), em São Paulo. O livro, que será lançado em noite de autógrafos nesta segunda-feira em São Paulo, narra a vida profissional da atriz. Durante a conversa, Gloria relembrou fatos que marcaram desde o início de sua carreira, ainda na infância, até passar por personagens como as gêmeas Ruth e Raquel de "Mulheres de Areia", a Dona Lindu, mãe do Lula em "Lula, o Filho do Brasil". A atriz também contou como faz para ser responsável no trabalho sem deixar a desejar no papel de mãe. De quebra, ainda diz que aprendeu muito com a imprensa marrom: "Hoje já sei que a gente precisa ouvir mais e falar menos".
Gloria Pires iniciou na carreira de atriz ainda pequena e conta que foi natural a forma como dedicou toda a sua energia à arte. "Tenho quase certeza de que se meu pai não fosse humorista e não se caracterizasse na minha frente, provavelmente eu não seguiria esta carreira. E antigamente ser artista não era uma coisa bem vista. Lembro-me de mães de amigas darem parabéns à minha mãe por eu ser educada, porque artista tinha fama de não ser educado (risos). E eu não tinha uma vida de trabalho superintensa. Eu brincava com outras crianças na rua. É... Eu sou do tempo em que criança podia brincar na rua (risos)."
Entre tantos personagens que interpretou nas telinhas e no cinema, alguns ficaram marcados pela memória do próprio público. "'Mulheres de Areia', onde interpretei as gêmeas Ruth e Raquel, é uma novela bastante lembrada, assim como 'Maria Moura', e os filmes 'O Quatrilho', 'É Proibido Fumar' e 'Se Eu Fosse Você'. No roteiro de 'Lula, o filho do Brasil' tinha todo o material que eu precisava para compor Dona Lindu, a mãe do nosso atual presidente. Mas eu não pensei em interpretar a mãe de um presidente e sim uma mãe tipicamente brasileira", explica.
Em 1978, Gloria Pires era a Marisa de "Dancin'Days", e ela acredita no poder da trama para fazer sucesso ainda nos dias de hoje. "Essa novela merecia um remake, e desta vez eu adoraria interpretar a dona Yolanda Pratini", revela, entre risos, ao lembrar da socialite criada pelo autor Gilberto Braga e interpretada por Joana Fomm.
Gloria é casada com o músico Orlando Morais e mãe da atriz Cleo Pires - fruto de seu relacionamento com Fábio Jr. -, Antonia (18), Ana (10) e Bento (6). Para ela, hoje em dia toda mulher deve saber lidar com filhos, marido, trabalho e vaidade. "A gente não tem rotina, mas não sei se isso é um complicador. Eu fico bastante próxima dos meus filhos, inclusive no contato físico. Eu costumo levá-los para os meus trabalhos e assim os trago ainda mais para a minha vida. Em Paris eu tenho mais liberdade. Eu buscava meus filhos na escola e voltávamos juntos de metrô. Eu adoraria que tivesse metrô perto da minha casa no Rio [de Janeiro] (risos)".
Por fim, Eduardo Nassife revelou que tem a ideia de "continuar o projeto como forma de documentário. Quem sabe daqui a 10 anos a gente não lança o '50 anos de Gloria'?", disparou, surpreendendo e motivando a atriz.
Gloria deixou de morar em Paris, na França, e está de volta ao Rio de Janeiro, o que facilitaria a aproximação da equipe aos bastidores dos trabalhos da atriz.

Fonte de pesquisa:
Babado (Link original, aqui)

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